EDITORIAL

Os olhos no Brasil

O presidente está em Davos com seus ministros que mais têm condições de projetar uma boa impressão do novo governo brasileiro nos investidores e nos líderes mundiais

Por Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2019 | 03:00
 
 

De hoje até a próxima quinta-feira, o Brasil deverá ser olhado com expectativa por líderes governamentais e grandes empresários de todo o mundo presentes em Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial.

O motivo é o novo governo brasileiro, declaradamente de direita, depois da experiência de esquerda iniciada em 2003. Apesar do sinal trocado, as promessas permanecem praticamente as mesmas, sem novidades.

O presidente Jair Bolsonaro discursa hoje, o que é um sinal de prestígio. Ele deverá reafirmar seu compromisso com a democracia e com o desenvolvimento, adiantando seus planos de governo para a economia.

Para o governo, o país mudou e está prestes a iniciar uma administração que ele define como “sem viés ideológico” nos negócios. O país dá demonstração de recuperação econômica, o que constitui ponto a favor.

O presidente está em Davos com seus ministros que mais têm condições de projetar uma boa impressão do novo governo brasileiro nos investidores e nos líderes mundiais: Economia, Justiça e Relações Exteriores.

O ministro Paulo Guedes deverá garantir a orientação liberal na condução da economia, abrindo o comércio para outros países, promovendo privatizações e realizando o ajuste fiscal, com a reforma da Previdência.

Ao ministro Sergio Moro cabe prover a estabilidade institucional, combatendo a corrupção e a criminalidade, ambas as atividades importantes para garantir a segurança nos negócios e o equilíbrio da vida social.

Por fim, o ministro Ernesto Araújo terá a oportunidade de ver, na prática, como funciona a ordem global, a quem ele acusa de impor ao Brasil o papel de “apenas exportar produtos e atrair investimentos”.

O Brasil deverá sair de Davos com boa avaliação. A globalização não pode ser descartada. O país precisa de investimentos de longo prazo e de capitais de risco. Mas, para isso, terá de fazer a sua parte. A hora é agora.