EDITORIAL

Sinais de alerta

Um ônibus caiu de um viaduto na avenida João César de Oliveira, ferindo 19 pessoas, uma delas mais gravemente

Por Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2018 | 03:00
 
 

Um ônibus caiu, ontem, de um viaduto na avenida João César de Oliveira, em Contagem, na região metropolitana, ferindo 19 pessoas, uma delas mais gravemente. Foi a segunda vez, neste ano, que um coletivo despencou de um viaduto em Contagem.

Em janeiro deste ano, outro ônibus tinha caído de um viaduto na avenida Babita Camargos sobre a avenida David Sarnoff, no bairro Cidade Industrial. O motorista e sete passageiros se feriram no acidente. Era noite, e o condutor perdeu o controle da direção.

Agora, o motorista teria passado mal. O ônibus, fabricado em 2011, estava em bom estado. O episódio, porém, traz ao debate público as condições em que opera o serviço de transporte de passageiros na região metropolitana, diante de mudanças recentes.

A principal delas é a ausência do agente de bordo na maioria das linhas. As empresas vêm tendo queda no número de passageiros transportados, em consequência da recessão da economia. Uma forma de reduzir custos foi eliminar essa importante função.

Os motoristas trabalham sob estresse, obrigados a conduzir o veículo, cobrar passagens, monitorar a roleta, observar o trânsito, operar o elevador, cumprir horários etc. Com tantas tarefas, é possível que a segurança das viagens fique mais fragilizada.

Em outros países, os ônibus são operados apenas pelo motorista. Este, porém, não cobra as passagens, que são efetuadas apenas por cartão. A realidade brasileira é diferente. Aqui, sobra a mão de obra que falta lá e que, no entanto, está sendo liberada.

O transporte coletivo é essencial numa grande cidade. Gestor do serviço, o governo tem de criar políticas de estímulo ao uso de ônibus. O número de passageiros aumentará se o usuário confiar no serviço, na sua regularidade, conforto e segurança.

Esses dois acidentes são uma advertência, entre outras, de que o serviço está depreciado.