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Telegram e eleições

Publicado em: Sex, 28/01/22 - 03h00

O possível banimento do Telegram do Brasil começou a ser ventilado por autoridades nos últimos dias como uma das ações para combater a desinformação nas eleições de 2022. Em um contexto democrático, cabe discutir se essas medidas seriam legais e eficientes contra as fake news.

É verdade que os responsáveis pelo aplicativo têm se mostrado pouco colaborativos com a Justiça Eleitoral brasileira na formação de uma frente contra as fake news. E esta não é a postura que se espera das grandes empresas de tecnologia, especialmente em períodos eleitorais.

Cogitar a exclusão da plataforma de imediato, porém, poderia causar alvoroço e insegurança quanto à liberdade de expressão sem atingir o real objetivo de neutralizar o impacto das eventuais informações falsas que circulam entre os usuários.

O Telegram está em segundo plano em matéria de aplicativos de mensagens instantâneas no Brasil. A plataforma alvo da Justiça Eleitoral está presente em 53% dos smartphones no país, mas é usado diariamente por apenas 25% das pessoas que têm o aplicativo no celular. Os dados são da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, realizada pela Infobit em agosto do ano passado.

A legislação e a tecnologia devem avançar no sentido de criar mecanismos capazes de separar o joio do trigo na imensidão de informações que circulam nesses programas. Ao mesmo tempo, o combate às fake news se dá no campo da conscientização dos internautas.

Os efeitos das mídias digitais nas eleições são um fenômeno relativamente novo. Cada pleito é uma oportunidade para que as instituições, a sociedade e as empresas do setor trabalhem em conjunto visando ao bem comum.

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