Editorial

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Tempo de violência

Publicado em: Ter, 05/12/17 - 02h00

A polícia indiciou nove pessoas que participaram de uma festa num sítio em Betim, há duas semanas, da qual resultaram a morte de duas jovens e ferimentos em uma terceira. Os envolvidos são acusados de homicídio, sequestro e aliciamento de menores para a prostituição.

As jovens que morreram tinham 16 e 18 anos. A que se salvou também é quase uma criança. Foram executadas porque desafiaram o ego machista de seus algozes, que tentaram abusar delas, que se apresentaram como garotas de programa.

Segundo as investigações da polícia, elas foram obrigadas a entrar no carro dos assassinos e foram sendo mortas a tiros ao longo da estrada para Esmeraldas, também na região metropolitana. Alguns acusados têm passagem pela polícia por roubo e tráfico.

Foi um caso incomum, mas que chama a atenção para um problema que vai se tornando rotineiro. Nos fins de semana, graças à facilidade de comunicação e mobilidade, acontecem nos arredores da capital festas em sítios que podem derivar para tragédias.

Podem ser festas inocentes com famílias e também orgias com álcool e drogas. Os sítios são alugados pelos proprietários, que não exigem nenhuma identificação dos contratantes. O aluguel é um meio de se obter renda com um equipamento subutilizado.

Como os espaços são grandes, a vizinhança não sabe o que se passa lá dentro, mas imagina. Durante dias e noites, é incomodada pelo barulho produzido pelos paredões de som instalados nos automóveis. As músicas, geralmente, são pornográficas.

Quando é chamada, a polícia apenas adverte os responsáveis. Logo que ela vai embora, a violência continua. O perigo está em algum vizinho se encorajar a tomar satisfações e acabar matando ou morrendo porque algumas pessoas não conhecem a urbanidade.

Até no meio do mato, é preciso saber conviver, respeitando a natureza e os outros seres humanos.

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