Em menos de oito anos, um terço dos empregos existentes hoje serão ocupados por softwares de inteligência artificial, sistemas robotizados e veículos autônomos, prevê a consultoria tecnológica Gartner, de Stanford (EUA). A cada segundo, algoritmos realizam cerca de mil operações comerciais, destas 17 são encomendas selecionadas e despachadas por robôs em armazéns da Amazon.com sem qualquer auxílio humano.
A automação, não somente de atividades físicas repetitivas como também das cognitivas, faz parte da “Quarta Revolução Industrial” e que não fica apenas na robótica.
A evolução da internet de banda larga e dos smartphones permite levar grandes quantidades de informação em tempo real para qualquer lugar do globo, enquanto que o desenvolvimento das impressoras 3D revolucionou a logística das empresas, permitindo fazer em casa de simples utensílios domésticos a complexas próteses médicas e peças de avião, algo que antes demandava grandes linhas de produção, armazéns e redes de transporte para distribuição.
Essa nova realidade muda completamente as necessidades profissionais e as capacitações exigidas dos trabalhadores. Projeta-se que 65% das crianças, hoje nos primeiros anos do ensino fundamental, na fase adulta trabalharão em funções que ainda não foram inventadas.
No Brasil, a tendência reflete-se parcialmente no avanço do número de trabalhadores por conta própria, hoje 22,6 milhões de pessoas. Entre elas, trabalhadores de alto nível que, por meio de teletrabalho, vendem expertise em vez de esforço físico.
Para pesquisadores como John Hagel, graduado em Oxford e ex-consultor da McKinsey, a era dos especialistas em fórmulas prontas chegou ao fim e o presente é dos “neogeneralistas”, profissionais de pensamento analítico, ágil e capaz de se antecipar às transformações. Diante desse cenário, universidades e escolas que insistirem em currículos baseados puramente na transferência de conhecimento técnico serão tão úteis e atuais quanto pinguins de geladeira.
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