Vamos combinar uma coisa. A Globo não é boba. Então se sua tradicionalíssima gravadora, a Som Livre, resolveu se jogar no universo da música eletrônica é porque está enxergando ali belas oportunidades. Esta semana, nasceu o Austro Music, selo dedicado aos beats com enfoque nacional, começando com 5 artistas do casting: o produtor Gui Boratto, a dupla Elekfantz, o estreante D.I.B (de 16 anos!), a dupla Nasa Brothers e o produtor e DJ Wao.
Os dois primeiros lançamentos já dão ideia do quão eclético pretende ser o espectro do Austro. Um CD Best Of com 11 faixas de Gui Boratto (coisa que ele nunca tinha lançado), com suas produções melódicas de techno, e uma coletânea de hits comerciais de house, chama House Hits. A ideia é mesmo circular entre as mais diferentes vertentes da música eletrônica lançar, tanto talentos já estabelecidos, como Gui, quanto encontrar novos nomes da cena que possam bombar.
Com a entrada que tem na programação da Globo, claro que a chegada do Austro se trata de uma notícia bombástica e que pode trazer muito público novo para curtir música eletrônica. Um exemplo rápido: a faixa Diggin on You, do Elekfantz, já emplacou na trilha da novela A Regra do Jogo. E é só o começo do que pode vir por aí. Já imaginou uma abertura de novela com uma techneira rolando na trilha?
DEEZER SOUNDS
Charlotte Day Wilson - CDW
Por Yamin Muller
Toronto, Ontario. A cidade canadense que já revelou Drake, Shawn Mendes, Broken Social Scene, Crystal Castles e outros, agora nos traz Charlotte Day Wilson. A garota de 24 anos já havia chamado atenção esse ano ao participar da faixa “In Your Eyes”, presente no disco recém-lançado “IV” do quarteto jazzístico Badbadnotgood - também de Toronto, veja só. Agora conferimos seu EP debut, “CDW”, um primor de soul R’n’B futurista cheio de alma.
A voz aveludada e ainda crua de Wilson se revela um encaixe perfeito na (auto)produção musical intimista e fluida do EP. Seu vocal traz referências de ontem e de hoje, conciliando ecos de cantoras clássicas do soul e jazz a contemporâneas como Sade, Lianne La Havas e Joss Stone.
O EP abre com “On Your Own”, uma introdução prolongada cheia de camadas sintetizadas e vocais que definem o clima de mistério latente e fascinante que impregna todo o álbum. Dali seguimos para “Work”, o primeiro single já de certo sucesso de Wilson, e então e é só partir com seu fone de ouvido e se maravilhar com os primeiros e certeiros passos de uma compositora, cantora e produtora que se expõe por completo desde a primeira audição. “CDW” é daqueles discos que mudam seu dia se você se permitir ouvir com atenção: transborda de talento e sensibilidade.
DEEZER INDICA: Anos 50 no Brasil
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