Esportivamente

Daniel Ottoni é repórter de esportes especializados do jornal O Tempo, do portal Super.FC e da rádio Super. Com experiência de cobertura em Copa do Mundo, Olimpíada e Mundiais de vôlei, tem uma predileção por bastidores e lado B. Por aqui, espaço para os esportes que têm uma religião chamada futebol como concorrente em muitos momentos.

Só Deus sabe

Acosta só retorna para seleção da Venezuela quando nova realidade aparecer

Publicado em: Sex, 17/01/20 - 16h43
Acosta tem a virada de bola com uma das suas principais características | Foto: Divulgação

A seleção de vôlei feminino da Venezuela não contou com seu principal nome na disputa do Pré-Olímpico, que aconteceu neste mês de janeiro, em Bogotá, na Colômbia. Mesmo com as argentinas e donas da casa como favoritas, a missão da Venezuela ficou ainda mais difícil sem a ponta Roslandy Acosta, que defende o Itambé Minas. Menos mal para a equipe de BH, que não ficou desfalcada de uma importante peça, algo que aconteceu com outros times. 

Acosta se afastou da seleção ao não concordar com a forma como a modalidade é tratada no país. Até que uma outra realidade se apresente, ela seguirá torcendo de longe.

Você se lembra da sua primeira convocação para seleção da Venezuela, incluindo base? Eu tinha 13 anos, estava na escola e chamaram meus pais para que eu fizesse um teste no dia seguinte. Eu precisaria ir para a capital Caracas. Teria que morar ali porque era onde se encontrava o local de treinos e também de estudos da seleção. As visitas eram aos finais de semana.  

Quando foi a estreia na seleção adulta? Com apenas 15 anos, eu já fazia parte do time principal. Meu sonho era estar com aquelas jogadoras e me tornar uma profissional. Joguei até os 17, quando fui aos Estados Unidos para estudar. A minha presença na seleção dependia muito do calendário escolar. Minha última presença dentro da seleção aconteceu há dois anos. 

Quais são as melhores lembranças e conquistas da seleção? Certamente da Olimpíada de Pequim, em 2008 e também de Mundiais e Sul-Americanos.

Por que não jogou o Pré-Olímpico? Não tivemos nenhuma preparação sólida e a organização não foi a ideal para um torneio tão importante. Não deixei a seleção de vez, mas só pretendo voltar quando o esporte tiver o devido apoio e mostre-se mais organizado e profissional. Todos sabem a situação que o país vive, isso afetou muito os esportes. Esperamos que 2020 seja um novo ano, com um melhor ciclo de preparação. 

Qual o caminho para o vôlei venezuelano evoluir? Como pode ajudar o feminino o fato do time masculino ter se garantido em Tóquio? O vôlei masculino da Venezuela sempre foi mais ativo, mesmo com a falta de apoio do governo e da federação. O que os ajuda é que quase todos os jogadores atuam fora do país, algo que no feminino não acontece. Temos um elenco bem mais jovem. 

 

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