Esportivamente

Daniel Ottoni é repórter de esportes especializados do jornal O Tempo, do portal Super.FC e da rádio Super. Com experiência de cobertura em Copa do Mundo, Olimpíada e Mundiais de vôlei, tem uma predileção por bastidores e lado B. Por aqui, espaço para os esportes que têm uma religião chamada futebol como concorrente em muitos momentos.

Pouco aproveitado

Apenas metade dos clubes da Superliga explora comercialmente 'kit rede'

Publicado em: Seg, 07/12/20 - 13h57
Sada Cruzeiro optou por usar marca institucional no espaço cedido | Foto: Agência I7 - Sada Cruzeiro

Uma das possibilidades comerciais que apareceram para os clubes da Superliga de vôlei na temporada 2020/2021 foi o aval dado pela  Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) em disponibilizar a exploração do espaço na rede, além de poste e cadeira de arbitragem.

A ideia era compensar o fato da entidade não ter conseguido custear todos os testes de Covid-19, situação que chegou a ser debatida nas reuniões antes da Superliga começar. A CBV deixou o espaço aberto aos clubes, além de ter oferecido valores mais baratos dos exames (R$ 75) em parceria com uma empresa de diagnósticos.

"A ideia foi colaborar com os clubes em um momento pós-Covid, em que a crise interferiu no planejamento financeiro não só no vôlei e no esporte em geral, como em todos os setores.  A liberação é para toda a temporada, com exceção das finais", explica a entidade, por meio de nota.

"Esta foi uma grande oportunidade que a CBV disponibilizou para os clubes, trata-se de cotas com grande visibilidade. Estamos negociando essa cota com grandes empresas, queremos fechar ainda nesse ano mesmo com todas dificuldades do mercado. Estamos tendo uma "concorrência" saudável em relação a essa cota e devemos anunciar em breve", comenta Anderson Marsili, gestor esportivo do Vedacit Guarulhos (SP). 

Apesar da possibilidade de arrecadarem um pouco mais (uma vez que o espaço não é tão valorizado), a maior parte dos clubes ainda não conseguiu fechar acordos a seu favor. Levantamento feito pela Coluna Esportivamente apontou que apenas metade dos 24 times da Superliga aproveitam o espaço divulgando marca de algum parceiro. Dos 12 times que ainda procuram aproveitar a oportunidade, sete estão no feminino e outros cinco no masculino. A pandemia, certamente, dificultou o cenário. Ao contrário do que acontece, por exemplo, na liga italiana, o piso é de uso exclusivo da CBV. 

O que se vê com frequência é a presença da logomarca da Gol, empresa que custeia as passagens aéreas de todas as delegações. Neste caso, não existe um acordo específico dos clubes com a companhia. "Sou muito grata à Gol por nos ajudar com as passagens. Não temos patrocínio algum. O time, mais uma vez, está sendo custeado por mim, inclusive os custos com os exames de coronavírus. Consegui um valor menor do que o oferecido pela CBV. Sinto muito que os empresários paranaenses e o Governo do Paraná não enxerguem a importância de se investir no esporte de alto rendimento. Banco o time porque acredito na transformação social através do esporte e quero espelhar e inspirar as novas gerações", comenta Gisele Miró, gestora do Curitiba Vôlei. 

Enquanto alguns clubes têm grandes dificuldades comerciais, outros são beneficiados pela sua estrutura. É o caso do Vôlei Renata (SP). 

"Temos uma condição que não aparece na maioria dos clubes, somos geridos por uma empresa de marketing esportivo e temos área comercial, de projetos, TI, design, etc. Essa estrutura favorece irmos ao mercado rapidamente e conseguir bons contatos. Contamos com um total de oito patrocinadores. Oferecemos este espaço para parceiros que já estavam conosco", comenta Fernando Maroni, gerente do time. 

O Itambé Minas aproveita o acordo com a patrocinadora master do time para expor sua marca na rede, situação que se repete no Sesc Flamengo (RJ). Outros clubes como Apan Eleva Blumenau (SC), Vedacit Guarulhos (SP) e Vôlei UM Itapetininga (SP) ainda buscam  parceiros. Outras equipes como São Paulo Barueri (SP) e Sada Cruzeiro preferem usar a marca institucional nos espaços. 
 

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