Coluna de Daniel Ottoni

Esportivamente: relato da experiência de um escalador de primeira viagem

Repórter foi convidado a sentir adrenalina do esporte que estará presente na Olimpíada, pela primeira vez, em 2020

Por Daniel Ottoni
Publicado em 19 de setembro de 2019 | 11:38
 
 
Olhar pra cima é fácil; o difícil é subir e enfrentar o medo de altura Daniel Ottoni

No último sábado, fui convidado para comparecer a uma festa de confraternização do Bope Games, que teve sua segunda edição em 2019 na Esplanada do Mineirão. Dentre as várias atividades no entorno do Gigante da Pampulha, torneio de crossfit, levantamento de peso e a segunda etapa do Campeonato Mineiro de Escalada. Fiz algumas matérias sobre o evento, que renderam o convite para comparecer à Rokaz, uma das academias de escalada mais legais de Belo Horizonte, que recebeu todos os parceiros do Bope Games nesta confraternização. 

Ao final, quem compareceu ganhou um voucher para uma aula grátis de escalada na academia. Tenho amigos que escalam todos os finais de semana em algumas das mais conhecidas rochas de Minas Gerais. O Estado é uma referência na escalada, o que não faltam são boas opções perto de Belo Horizonte. 

O voucher foi uma espécie de intimação para conhecer melhor o modo de vida dessa turma. O medo de altura foi apenas um dos desafios. Só de ver escalada ou rapel na televisão, minha mão fica suada. O magnésio usado para aumentar a aderência ajudou, mas foi insuficiente. Foi inevitável 'travar' em alguns momentos e logo pedir pra descer. 

Tive o funcionário Fernando como meu instrutor. Depois de um breve vídeo, fomos pra parte teórica, com muitas informações sobre segurança, prioridade para quem vai subir a muitos metros de altura. Foi difícil decorar tudo de uma só vez, mas deu pra ter uma breve noção de como cada equipamento é importante. Um único detalhe pode fazer a diferença para um tombo direto no chão. 

Com a compreensão do instrutor, fui até meu limite, sempre com o receio de estar tão alto aparecendo. Para um escalador de primeira viagem, acho que fui bem. Deu pra subir a alguns metros, sentir boa parte da adrenalina e criar um respeito ainda maior por quem pratica a modalidade. Ir pra rocha é outra história...

Aproveitei a presença por lá para gravar o próximo episódio do podcast Esportivamente com Patrícia Antunes e Jean Ouriques. Além de serem integrantes da seleção brasileira de escalada, eles formam um casal que tem a escalada em comum para estarem por perto durante muitas horas do dia. Mary, de 70 anos, mãe de Jean, também participou do programa e mostrou ser um grande exemplo de como a escalada é para todos. A coragem precisa ser enfrentada aos poucos e o medo parece ser um combustível natural para se superar. 

Saí de lá com uma outra noção do esporte, que vai estar presente na Olimpíada do ano que vem pela primeira vez. Técnica, coragem, precisão e habilidade são apenas alguns dos fatores que precisam estar em sintonia para quem tem a escalada correndo na veia. Até uma próxima oportunidade, seguirei pensando na possibilidade de testar novamente a minha falta de coragem e o medo de altura....