Esportivamente

Daniel Ottoni é repórter de esportes especializados do jornal O Tempo, do portal Super.FC e da rádio Super. Com experiência de cobertura em Copa do Mundo, Olimpíada e Mundiais de vôlei, tem uma predileção por bastidores e lado B. Por aqui, espaço para os esportes que têm uma religião chamada futebol como concorrente em muitos momentos.

Coluna Esportivamente

Saindo da zona de conforto na cobertura do coronavírus

Publicado em: Ter, 07/04/20 - 06h40

Nas últimas semana, fui deslocado para a editoria de coronavírus para reforçar o fluxo de matérias do jornal O Tempo, do seu portal e da rádio Super Notícia sobre a pandemia global. Diariamente, lido com assuntos da doença nas áreas de saúde, educação, política, economia, cidades. Pra quem se acostumou por nove anos a fazer exclusivamente conteúdos esportivos, um cenário novo.

Todo o trabalho é feito de casa, servindo como um aprendizado na profissão. O nível de apuração é bem diferente do que estava acostumado, admito uma certa apreensão na rotina para conseguir entregar um trabalho de qualidade em uma área que passa longe da minha zona de conforto. Acho que tenho dado conta do recado e cumprido bem com a missão jornalística. Antes de ser repórter de esporte, sou jornalista e sei bem como informações precisas e verdadeiras são ainda mais importantes no atual momento. 

Depois de muitos dias de home office, fui convocado para ir à rua para cobertura de pauta sobre o fechamento de duas praças da capital, como medida de prevenção. Tenho evitado de sair de casa ao máximo e uma das minhas maiores distrações têm sido lavar a louça...rs...

Fiquei impressionado como muitos têm saído de casa para se exercitar, não respeitando o isolamento social e não concordam com as medidas de restrição. 

Não havia o que fazer, era um chamado que não podia ser recusado. Era necessário e encarei prontamente, mesmo com um receio do risco por ter que sair de casa e estar exposto. Tomei todas as medidas possíveis, busquei manter distância dos entrevistados e higienizar as mãos a todo momento. 

Foi inevitável não imaginar em todos que precisam sair de casa todos os dias, colocando sua saúde em risco. Muitos companheiros de profissão entre eles, fotógrafos, outros repórteres, motoristas. A sensação é, tomada as devidas proporções, como ir pra guerra. Não abaixar a cabeça, encarar o desafio e dar o seu melhor. Fica aqui o meu reconhecimento, em especial para os profissionais da saúde em contato frequente com o vírus. 

Tenho certeza que todos nós sairemos diferentes e mais fortes desta. Eu, particularmente, com uma nova lição sobre como fazer jornalismo, depois de uma rotina bem diferente da que estava acostumado. 

 

 

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