Frederico Jota

A importância da excelência na preparação

Com a premissa de que tudo deve funcionar no mais alto nível, os ingleses se prepararam para a instalação do VAR. E isso ficou nítido na primeira rodada da competição.

Por Frederico Jota
Publicado em 12 de agosto de 2019 | 18:09
 
 

A corneta soou firme na última temporada quando a prestigiada Premier League não usou o tão famoso VAR. O assistente já tinha sido instalado em várias partes do mundo, inclusive no futebol brasileiro, o que dava ao rico Campeonato Inglês um ar de antiquado, algo bem distante da modernidade de seus estádios e da excelência de seus gramados.

Com a premissa de que tudo deve funcionar no mais alto nível, os ingleses se prepararam para a instalação do VAR. E isso ficou nítido na primeira rodada da competição, no último final de semana. Confesso que estava curioso não só com a execução dos procedimentos como também com a reação da torcida inglesa. E fiquei com a certeza de que valeu a pena esperar.

No jogo que mais chamou a atenção dos brasileiros em relação ao uso do VAR, o Manchester City, de Guardiola, fez 5 a 0 no West Ham, jogando fora de casa. Mais do que poder acompanhar o sempre ótimo time do técnico catalão, quem viu o jogo percebeu que é possível ter uma intervenção clara, efetiva e menos extravagante do VAR.

Com a ajuda do assistente de vídeo, em um lance milimétrico, foi anulado um gol de Gabriel Jesus com toda a avaliação sendo feita em pouco mais de um minuto e com a imagem na TV, para ninguém ter dúvida. Logo depois, um pênalti para o City foi cobrado pela segunda vez após o VAR acusar uma invasão. Com a exibição às claras das imagens, os torcedores ficaram menos afetados e os jogadores também se comportaram com paciência durante o processo. 

No Brasil, virou um verdadeiro show a intervenção do VAR. A começar pela incrível demora e uma dificuldade de comunicação para definir o lance. No jogo entre Avaí e Cruzeiro, mais de 5 minutos foram gastos para resolver se Sassá estava impedido ou não na jogada que resultou no segundo gol cruzeirense. Isso sem contar falta de critério em puxões de camisa em jogos diferentes, erros grosseiros que passam batidos e a afetação de jogadores, que cercam o árbitro antes mesmo dele receber a comunicação.

A tecnologia é mais do que fundamental no futebol e sempre vou defender. Mas já passou da hora de nos prepararmos melhor para a utilização, em todos os aspectos. O fim de semana deixou mais uma vez a sensação de que, para funcionar no Brasil, é preciso copiar o que dá certo lá longe. Se a preparação inglesa serve como exemplo, portanto, que seja copiada. Tudo para evitar a amolação diária nos nossos gramados.