Joao Vitor Cirilo

Repórter da rádio Super Notícia 91,7 FM. Na Sempre Editora desde o início de 2016, atuando nos jornais O Tempo e Super Notícia. Amante do esporte, não apenas do futebol. Escreve às quartas-feiras

As pouco justificáveis inversões de mando

Publicado em: Qua, 21/03/18 - 03h00

Todo ano, a mesma ladainha em fases finais ou retas de chegada em competições nacionais: é válida/justificável/moral a inversão de mando de campo? Não só aqui em Minas Gerais, como também em outros Estaduais, essa foi novamente uma questão levantada.

No fim das contas, o Tupi, criticado e pressionado, desistiu de mandar seu jogo da semifinal do Mineiro contra o Cruzeiro no Mineirão, alegando que “o apelo da cidade e dos torcedores, que participam da rotina do time, e a atuação do diretor de futebol Nicanor Pires foram fundamentais” para isso.

Isso não aconteceu no Estadual de São Paulo, que teve o Bragantino atuando contra o Corinthians no Pacaembu, e não no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. A ressaltar que, ao contrário do que o favoritismo indica, a realização do duelo das quartas na capital paulista não interferiu tecnicamente, tendo em vista a vitória do time do interior por 3 a 2.

Bom, para começar, não existe imoralidade se essa possibilidade é prevista em regulamento. Ponto. Ainda que esse regulamento seja bastante contestado por mim.

Ao mesmo tempo em que não aprovo que os grandes clubes joguem os dois jogos de um mata-mata em casa, também entendo a dificuldade com a qual os elencos do interior convivem. Boa parte das instituições desse Mineiro — nove de 12 — têm um calendário completo com os nacionais, e a folha pode não fechar em dezembro. Cada um sabe onde o calo aperta.

Por outro lado, os altos custos da realização de uma partida no Mineirão, estádio de qualidade altíssima e padrão elevado, poderiam dar retorno abaixo do objetivo dessa inversão.

Aconteceu com a URT no ano passado, quando fez o mesmo com o Atlético, atuando no Mineirão. O nosso competente repórter e colunista Thiago Nogueira lembrou que a renda líquida foi inferior a R$ 60 mil, o que tornou a inversão improdutiva. Isso já descontando as despesas sobre uma renda bruta de R$ 430 mil. No Pacaembu, no fim de semana, o Bragantino também esteve longe do lucro imaginado.

Aliás, nada garantiria ao Tupi um Mineirão lotado tendo no fim de semana um jogo “igual” e com condições certamente mais atrativas para o torcedor celeste, dono do mando de campo.

No fim das contas, o melhor para a competição é a manutenção da partida na Zona da Mata. Então, que a torcida de Juiz de Fora, que merece acompanhar de perto esse momento decisivo, marque presença e comprove à direção do Tupi que a melhor escolha foi a da realização do confronto de hoje no Mário Helênio.

Favoritismo. Em Tupi x Cruzeiro, jogando em Juiz de Fora, Mineirão ou qualquer lugar, é inegável a vantagem técnica da Raposa. Seria possível dizer algo parecido em Atlético x América?

No primeiro turno, o 3 a 0 a favor do Galo pode não ter refletido a realidade do confronto. O Coelho tem a lamentar as atuações ruins contra as outras forças da capital. Para conquistar seu grande objetivo, que é a permanência na elite do Brasileiro, uma melhora na postura é mais que necessária. Testes importantes amanhã e no domingo.

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