Há alguns dias, ainda antes desse episódio da acusação de estupro envolvendo Neymar e também da lesão que lamentavelmente o tira de vez da Copa América, fiz uma reflexão relacionada a tudo que ronda a vida daquele que é, incontestavelmente, o principal representante técnico do futebol brasileiro. Pensei nisso no momento em que o atacante encerrou a temporada dando um soco em um torcedor do adversário.
A minha lamentação era, e continua sendo, pelo fato do que ele faz fora de campo representar mais do que ele produz nos gramados, mesmo sendo o que Neymar apresenta nas quatro linhas algo espetacular.
Neymar é um dos grandes valores surgidos neste século, indubitavelmente, e atingiu números e conquistas que a grande maioria de jogadores de bom nível não consegue em toda uma carreira, ainda mais aos 27 anos.
Não tenho tantos anos de vida assim, mas não me recordo de um índice de rejeição tão representativo entre o torcedor brasileiro quanto o de Neymar, considerando aqui os grandes jogadores. Sintomático. Por que será? A culpa é da imprensa? Da má vontade dos torcedores? Do azar? No caso das excessivas lesões, talvez esse último caso se enquadre. Mas se essa rejeição acontece em nível tão elevado, a culpa é dele e de quem gere a sua carreira.
A seleção brasileira perde muito sem Neymar, não há dúvidas quanto a isso. É a ausência do grande diferencial técnico em um torneio com fortes adversários. Entretanto, a minha impressão é a de que quem mais perde é o camisa 10, que mais uma vez não estará disponível para tentar dar uma resposta positiva aos seus milhares de críticos.
A grande verdade é que as últimas semanas só serviram para arranhar, mais um pouco, uma imagem que já era negativa. E as coisas vão seguir assim por pelo menos mais um tempo.
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