JOÃO VITOR CIRILO

O Cruzeiro pode e precisa de mais

Últimas semanas acendem o alerta para a sequência da temporada, incluindo o desafio diante do Internacional

Por Da Redação
Publicado em 07 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
Mano Menezes elogiou o técnico do Palmeiras

As últimas semanas do Cruzeiro têm sido impressionantes, no sentido negativo do termo. O desempenho de uma vitória nos últimos 17 jogos, sem marcar uma única vez sequer nos últimos sete desafios, o posicionamento na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e a eliminação com o desempenho mostrado contra o River Plate na Copa Libertadores chamam a atenção e acendem o alerta para a sequência da temporada, incluindo o desafio que começa às 21h30 desta quarta-feira (7), diante do Internacional, pela semifinal da Copa do Brasil. 

No início do ano, escrevi neste espaço um tipo de "defesa" ao estilo apresentado naquele momento pelo Cruzeiro de Mano Menezes, "resultadista", mas eficiente nos últimos anos. Destaquei na ocasião que há inúmeras maneiras de se sair vencedor, seja adotando a ofensividade ou atuando com um pouco mais de cautela. Mantenho a minha opinião, apesar de equipes ofensivas me chamarem mais a atenção e serem mais agradáveis ao meu gosto. 

Entretanto, o que foi visto do Cruzeiro em grande parte dos confrontos contra o River Plate, por exemplo, foi uma equipe preocupada excessivamente com a defesa, o que não é um problema, mas aparentando pouco interesse em produzir ofensivamente. O primeiro tempo no jogo de volta em BH foi assim. Na segunda etapa, a Raposa mostrou capacidade para jogar mais do que apresentou anteriormente. Ficou aí a lamentação. 

Durante o pós-jogo do Show de Esporte da Rádio Super, em 91.7 FM, discutia com o comentarista Lélio Gustavo que está tudo bem em se preocupar primeiramente com a segurança defensiva — fato que em muitos momentos na terça nos pareceu uma falsa segurança —, mas abrir mão do ataque, jogando em casa diante de 55 mil torcedores e precisando vencer foi um exagero.

No domingo, diante do Atlético, pelo contrário, a busca pelo ataque foi maior, com o adversário, por sua vez, adotando postura mais cautelosa, porém, mais efetiva. Ainda assim, foi um Cruzeiro que em pouco conseguiu ameaçar o rival, que saiu com a merecida vitória na Arena Independência.

Não acredito que a troca de comando seria a resolução dos problemas da Raposa para a sequência da temporada, como muitos já opinam. Ainda que o desempenho com Mano Menezes não esteja nem próximo do que deveria com as peças que ainda tem e que o retrospecto de uma vitória nos últimos 17 jogos fale por si, não enxergo alternativas disponíveis no momento para mudar o panorama. 

A esperança para o time celeste é que o treinador encontre uma maneira de fazer algo diferente, para que a produção ofensiva retorne e os resultados também. Se nada mudar, apostar em uma classificação contra um bom time do Internacional não seria o mais consciente. O Cruzeiro pode e precisa de mais. 

O torcedor está completamente com a razão em se preocupar com tudo que tem sido visto em campo e, não se esqueçam, também fora das quatro linhas.