Otero: confiança, vontade e merecimento

A atuação de Otero no último domingo, diante do Coritiba, sobretudo pelo mágico terceiro gol marcado da linha do meio-campo, chamou a atenção do país. Também pudera. O que o venezuelano fez no fim de semana encheu os olhos de cronistas, torcedores e profissionais do futebol sem nenhum tipo de exagero.

O crescimento do camisa 11 nesta reta final da temporada — cenário parecido com o de 2016 — é nada mais nada menos que reflexo do empenho e da luta deste jogador, que não podemos classificar como tecnicamente diferenciado. Digamos que ele não tem a qualidade técnica que detém o também gringo Cazares, que chegou a perder espaço para o companheiro no ano passado. Porém, Otero compensa tudo com vontade, com entrega e com treinamento.

Daí vem sua utilidade no elenco do Galo, o que fez com que o treinador Oswaldo de Oliveira percebesse que pode contar muito mais com ele do que com outras peças do elenco. O torcedor atleticano, certamente, também percebeu e aprovou.

Pra finalizar com a precisão que apresenta Otero, o treinamento exaustivo sempre fez parte de sua trajetória, ainda curta. Só melhora quem pratica, e a confiança, representada com a capacidade de chutar de curta, média e longa distância, vem com o preparo diário. Já diria Tite: isso tudo é merecimento.

Otero vem de um pais onde o futebol não é tradicionalmente vencedor, chegou de um clube sem a projeção que tem o Atlético, e não tem um dos maiores salários do elenco. Mas pode-se, sim, dizer que se trata de um dos nomes mais importantes do time, um diferencial para jogos encardidos, partidas que certamente o elenco vai enfrentar se garantir a vaga para a Copa Libertadores do ano que vem.

Tudo mudou. Há uma, duas semanas, muitos atleticanos já passavam a considerar que a vaga da Sul-Americana era o mais provável para o clube no fim do ano. Agora, com apenas dois pontos a menos que o último da zona de classificação, o cenário modificou-se, ainda mais após conseguir a melhor atuação sob o comando de Oswaldo.

Nas rodadas finais, confrontos contra Corinthians e Grêmio. Um já é campeão nacional, e o outro está totalmente focado em outra competição pela frente, o título continental. Em compensação, observa-se um Botafogo, que não vence há três jogos e parece perder fôlego, um Vasco, que também acumula três rodadas sem triunfo, e um Bahia, que vinha em ascensão até parar no desesperado Sport. As rodadas finais vão pegar fogo, mas creio que o torcedor pode seguir acreditando.

Destaque. Aproveitando o gancho do golaço de Otero, chamo aqui a atenção para a voz do Atlético na nossa rádio Super Notícia FM. A narração do brilhante Hugo Sérgio, com a reportagem da competentíssima Lohanna Lima, repercutiu de maneira muito positiva entre os atleticanos e foi parar até no Redação SporTV, comandado pelo jornalista André Rizek. A torcida alvinegra ganhou, em setembro, mais uma ótima opção para acompanhar os jogos do seu time. É com muita felicidade que podemos afirmar que o jornalismo mineiro tem novos e ótimos valores.