JOÃO VITOR CIRILO

Reconhecimento ao ídolo azul em dois lados

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2017 | 03:00
 
 

Para este colunista, Fábio é o maior goleiro da história do Cruzeiro. Não posso dizer tecnicamente porque, pela minha idade, não vi boa parte dos grandes arqueiros da história do clube. Mas digo por importância, representatividade, longevidade e conquistas. Menção honrosa aos incríveis Dida e Raul, outros que conquistaram demais. Porém, o tema central desta coluna é a renovação de Fábio, que representa um reconhecimento à bela história construída em BH.

Tudo dando certo nos próximos dois anos, Fábio pode atingir a marca de 800 jogos com a camisa celeste. Já são 739. Pouquíssimos jogadores na história do futebol conseguem chegar a um número tão marcante como esse por um único time. Ninguém fica tanto tempo como titular em uma instituição do tamanho do Cruzeiro sem ter qualidade pra isso, ainda que parte da torcida não tenha o camisa 1 como incontestável.

Pode-se dizer que a carreira de Fábio tem dois momentos, não representados apenas por suas duas passagens no clube. Desde o fim da década passada, o antigo capitão celeste se tornou outro goleiro, tecnicamente falando. Fábio não transmitia, antes, a mesma segurança de hoje, com o amadurecimento. O tempo fez bem.

E, se a trajetória do goleiro pode ser dividida em duas partes, avalio essa renovação também em dois aspectos, tendo em vista que Rafael, na reserva faz tempo, aguarda há muito sua oportunidade.

Rafael tem em BH uma ótima estrutura de trabalho, uma equipe técnica de excelência a seu lado — lembrando que o preparador Robertinho, referência, também fica com a sequência da comissão técnica —, em um clube com o qual é totalmente identificado. O camisa 12 chegou ao Cruzeiro em 2002, tornando-se profissional em 2008, mas existe uma decisão a se tomar na carreira: aguardar por mais um tempo e seguir como opção a Fábio ou tentar novos voos em busca de uma titularidade em um clube tão grande quanto.

Pela inegável qualidade de Rafael, é natural que propostas cheguem. Quem sabe um empréstimo não seja cogitado para que ele possa jogar, estar em campo, como no fim do último semestre e no início deste ano, período de lesão de Fábio? Felizmente, Rafael tem a segurança de um contrato renovado recentemente até o fim de 2021, reconhecimento ao empenho, à paciência e à entrega com a camisa do Cruzeiro.

São nove anos de profissional e 93 jogos realizados, cerca de dez por ano, pouco pra quem tem a qualidade que demonstrou.

Fundamental. Ainda repercutindo o clássico, importante reconhecer aqui o papel de Oswaldo de Oliveira na construção da virada do Atlético diante do maior rival. Ainda que a escalação inicial não tenha sido das melhores, tendo em vista que, em minha opinião, jogar com Roger Bernardo e Adilson lado a lado significa uma redução da qualidade de jogo do meio, Oswaldo ajustou as coisas no intervalo quando, como ele mesmo definiu, fez duas mudanças: uma no aspecto técnico (trocar Roger por Yago, que mais uma vez fez um bom clássico) e outra de posicionamento (deslocar Robinho pra esquerda e colocar Cazares).