Joao Vitor Cirilo

Repórter da rádio Super Notícia 91,7 FM. Na Sempre Editora desde o início de 2016, atuando nos jornais O Tempo e Super Notícia. Amante do esporte, não apenas do futebol. Escreve às quartas-feiras

Responsabilidade azul na final da Copa

Publicado em: Qua, 10/10/18 - 03h00

Começar de novo. Tudo que foi escrito até aqui não interessa mais. A partir das 21h45 desta quarta-feira, uma nova história para Cruzeiro e Corinthians começa a ser escrita no Mineirão, em mais uma grande decisão nacional, desta vez pela assustadoramente valiosa Copa do Brasil.

A competição, que deveria ser o segundo principal título local em escala de importância pelo nível de dificuldade e também por naturalmente o campeonato nacional ser mais representativo, acabou virando a opção mais vistosa para nossos clubes, incluindo o Cruzeiro. Também, pudera, tendo em vista o que oferece de premiação e com um caminho bem menos complicado que do Brasileirão. E a responsabilidade maior da conquista é azul, pela eliminação recente na Libertadores, pelo mau desempenho no Campeonato Brasileiro e pelo favoritismo. Não vencer a competição, para a Raposa, representaria, sim, um fracasso na temporada.

Investimento, cobrança e desempenho trouxeram os times à final desta noite com caminhadas e obstáculos diferentes no ano. No fim das contas, o mérito é o mesmo para dois oponentes que entraram no torneio em um mesmo momento, já nas oitavas de final. Analisando peça por peça, é evidente que o plantel azul fornece a Mano Menezes opções mais interessantes que o de Jair Ventura, o que expressa o favoritismo cruzeirense. Isso não entra em campo, mas representa muito.

Para vencer a Copa do Brasil, o Cruzeiro precisa abstrair-se de todas as situações que lhe pareceram injustas e que aconteceram nessa trajetória recente. Sem se abalar pela eliminação da última semana. O Boca Juniors ficou pra trás. Esquece. Agora, é o Corinthians. Foco total nisso e respeito ao que a camisa do outro lado, igualmente vitoriosa, representa.

Um cenário raro no histórico recente acontece neste momento, com o Cruzeiro abrindo o mata-mata em casa. A Raposa vai precisar jogar futebol e encaminhar um bom resultado logo mais. Por outro lado, certamente o Corinthians virá a Belo Horizonte respeitando os donos da casa, que vão precisar propor o jogo.

Todos sabemos que o time celeste tem jogadores capazes de atuar nessa característica, ofensivamente falando, agredindo, pressionando. É algo que não acontece com certa frequência nas equipes de Mano, mas será o necessário. Ao adversário, defender-se prioritariamente em Minas Gerais, como fez no Rio de Janeiro na semifinal contra o Flamengo, e decidir em casa é a estratégia mais provável. O Timão precisa voltar vivo, mas também tem que incomodar; já a Raposa tem qualidade para definir a história já no Mineirão.

Uma pena a ausência do decisivo Arrascaeta nesta decisão, não por culpa da seleção uruguaia, mas da Confederação Brasileira de Futebol, que reserva a definição de um torneio nacional, na qual certamente estarão dois dos principais times do país, para uma data Fifa, em que as seleções não têm a obrigação de liberar seus convocados. Culpa também dos próprios clubes, que só aparecem para contestar o calendário quando são criticados. A situação vai continuar acontecendo.

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