JOÃO VITOR CIRILO

Ricardo Oliveira, um grande acerto do Galo

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2018 | 03:00
 
 

Geralmente, neste espaço, opto por destacar o aspecto coletivo. Hoje, motivado pela rodada do fim de semana e a vitória do Atlético contra o Santos, escolho abordar o lado individual, o que faço com menor frequência. A motivação principal é a fase da carreira pela qual passa atualmente o centroavante Ricardo Oliveira, aos 38 anos.

Contratado no início da temporada, o atacante chegou para substituir Fred – um nome merecidamente encarado, há muitos anos, como um dos principais da posição em todo o país –, que retornou para o rival. 

Me recordo de conversar com meu grande amigo Lucas Nacif, adepto do estudo do futebol e fã de Ricardo Oliveira, na época de sua contratação. Confesso que naquele momento eu questionava se chegava a Belo Horizonte um jogador atualmente do mesmo nível de Fred, talvez unicamente pela idade, e não pelo histórico irreparável como atleta e seus números, que chegam a uma média incrível de meio gol por jogo em 18 anos como profissional. Hoje, tenho certeza. 

Os números de Fred pelo alvinegro – 41 gols em 83 jogos – comprovam que ele cumpriu bem seu papel no clube, mas a lacuna foi preenchida igualmente em alto nível pelo novo camisa 9, que já tem 18 gols em 38 partidas no Galo, média muito próxima à de Fred. Desses gols, nove foram apenas pelo Brasileiro, competição em que aparece como vice-artilheiro ao lado de Róger Guedes, que já se despediu do clube. 

O que Ricardo Oliveira apresenta em sua idade e nesta fase da carreira impressiona. Dentro da área, precisa apenas de um toque para decidir, o que comprovou no duelo do fim de semana, a vitória importante e convincente do Galo diante do Santos. Além disso, fisicamente não deixa absolutamente nada a desejar para jogadores cinco ou dez anos mais novos que ele. Por isso, além de estar sempre disponível, apresenta mobilidade e velocidade e abre espaço, sendo útil também fora do espaço onde rende melhor, a área.

O desempenho comprova que buscar Ricardo Oliveira no Santos foi um acerto em cheio do Atlético em 2018, enquanto o Peixe, que não o valorizou, até hoje não conseguiu substituí-lo à altura. 

Aproveito também para elogiar a participação fundamental de um importante jogador do elenco do Galo no fim de semana. Foi bom ver Elias voltar a apresentar seu melhor futebol, comparecendo bem ofensivamente e também sendo firme defensivamente, o que muito se apontou ser um defeito do atleta. 

Na ausência dos volantes titulares, Adilson e Blanco, é fundamental que Elias assuma o posto de um dos líderes, pela experiência e pelo futebol que já apresentou ao longo dos anos e que pode seguir apresentando.

Quanto ao técnico Thiago Larghi, criticado por alterações equivocadas em jogos recentes, fica o elogio pela visão logo ao intervalo, voltando com Cazares para a equipe. Sobre o equatoriano, importante vê-lo em campo, decidindo. Todos sabem que se trata do jogador mais diferenciado tecnicamente nesse elenco atleticano, e eu sou da opinião de que quem tem futebol, tem que jogar. Que o gringo oscile menos e apresente a bola que todos sempre esperam dele.