Antes da próxima rodada da Série B, que será a 23ª, o América aparece como o segundo colocado na classificação geral, somando 41 pontos, margem interessante de sete de vantagem para o primeiro time fora da zona dos que avançam para a primeira divisão. Para subir, talvez nem seja necessário ter desempenho parecido ao do primeiro turno, que teve o Coelho como melhor equipe e com uma sequência de 12 partidas sem ser derrotado.
Claro que é necessário manter os pés no chão, mas, pelo futebol apresentado na maior parte da disputa, é difícil não imaginar o América na Série A do ano que vem. Porém, antes ainda de se confirmar e comemorar o possível acesso do América, já lamento um fato bem provável para o próximo ano: boa parte do elenco deve ser modificado, e o trabalho deverá ser recomeçado.
O cenário já foi visto em acessos recentes do América. Após a Série B 2015, o Coelho perdeu dois de seus principais destaques na campanha, os atacantes Richarlison e Marcelo Toscano, ainda sofrendo baixas importantes, como o zagueiro Wesley Matos. A reposição não foi à altura, e o time montado não suportou a elite e acabou rebaixado novamente.
A realidade dos times de divisões inferiores faz com que estes recorram a empréstimos de jogadores de grandes times do país. O problema é que, caso esses atletas emprestados se destaquem, é um caminho até natural um reaproveitamento deles por equipes donas de seus direitos ou a negociação definitiva com outros interessados.
Entre os atuais titulares do América e outros jogadores frequentemente utilizados, os laterais Norberto (Ipiranga-BA), Giovanni (Fluminense) e Pará (Cruzeiro), o volante Neto Moura (Sport), o meia Ruy (Coritiba) e o atacante Luan (Palmeiras) têm contrato por empréstimo com o Coelho.
Todos eles tiveram momentos de boa participação nessa Série B, sobretudo Ruy, artilheiro, e Luan, titular do ataque.
Por sorte, o Coelho consegue suprir algumas lacunas com nomes provenientes de suas categorias de base. O zagueiro Messias, hoje, é titular incontestável da zaga, e o meia-atacante Matheusinho também conseguiu firmar-se entre os 11, assumindo o posto ao longo da Série B. Este merece atenção especial e ter toda a condição para desenvolver sua boa técnica.
Vale lembrar que o técnico Enderson Moreira, que faz grande trabalho, é outro que volta e meia aparece pretendido por grandes clubes da Série A que trocam de comando. Segurar Enderson é outro fator fundamental.
A realidade de montagem e remontagem é frequente em times que sobem da Série B ou mesmo que se mantêm nessa divisão, com exceção dos gigantes como o Internacional, que tem condição financeira superior à dos demais.
Aliás, a liderança assumida pelo Colorado na última rodada é natural justamente pelo maior poder técnico do elenco de Guto Ferreira, que deve embalar de vez para o título.
Ao América, o troféu não deve ser a preocupação principal. Primeiro, o acesso. Depois, dar condições para que o bom trabalho, com Enderson Moreira, possa seguir na Série A em 2018.
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