Jose Reis Chaves

José Reis Chaves é teósofo e biblista e escreve às segundas-feiras

Algumas igrejas são reformistas, mas outras, apenas dizimistas

Publicado em: Seg, 22/07/13 - 03h00

O objetivo de Lutero, frade agostiniano da Ordem dos Agostinianos, fundada por santo Agostinho, foi de reformar a Igreja. Realmente, ela estava precisando disso. E, então, o seu movimento passou a ser chamado de Reforma. Daí, também, o nome de protestantes, pois protestavam contra a Igreja.

Por causa das dificuldades de comunicação da época, reinava uma grande confusão entre aqueles que continuaram fiéis à Igreja e aqueles que passaram a seguir Lutero. Muitos padres nem sabiam se estavam agindo como padres, ou se haviam se tornado pastores protestantes, e vice-versa, havia pastores que não sabiam também se eles eram mesmo pastores ou se eram fiéis a Roma!

Diante do “terremoto” que a Reforma criou no cristianismo, a Igreja fez a sua Contrarreforma, que foi o Concílio Ecumênico de Trento (1545-1563). Com ele, ela procurou corrigir algumas de suas irregularidades. Criou disciplinas rigorosas para o clero. E, na área doutrinária, confirmou como verdadeira a Bíblia fiel à Vulgata Latina de são Jerônimo (410), que, até então, era a única, e que continha e contém, até hoje, 73 livros, pois Lutero havia tirado dela sete livros e mais alguns textos de outros livros bíblicos. Daí que a Bíblia protestante só tem 66 livros.

E esse concílio criou o dogma da transubstanciação (presença real do corpo de Jesus, na hóstia consagrada, na missa), contrapondo-se à consubstanciação (presença simbólica do corpo de Jesus, no pão do ritual da Santa Ceia) dos protestantes, evangélicos, e aceito pelos espíritas. Essa questão, juntamente com a divinização de Jesus, é uma das que mais polêmicas têm causado. No concílio mencionado, a maioria dos bispos votou na consubstanciação. Mas prevaleceu a opinião do papa a favor da transubstanciação. O que foi dito sobre a hóstia consagrada e o pão vale também para o vinho. Para os católicos: transubstanciação (sangue real de Jesus). Para os protestantes, evangélicos e espíritas: consubstanciação (sangue simbólico de Jesus). Os teólogos criaram recentemente dois novos termos, agora simbólicos, para a transubstanciação: transignificação ou finalização (o corpo de Jesus seriam os fiéis). E os protestantes não aceitam todos os dogmas católicos.

As reformas são sempre bem-vindas, se tornam as coisas mais perfeitas ou mais próximas da verdade. Mas, às vezes, também, tornam piores outras. Por exemplo, a reforma da Constituição do Brasil de 1988.

O Mestre dos mestres nos ensinou que devemos adorar a Deus em Espírito e Verdade. E, sem querer fazer sectarismo, apenas os cristãos espíritas seguem esse importante ensino do Mestre da sabedoria da imortalidade.

A Igreja e as igrejas protestantes fazem reformas. Mas algumas igrejas evangélicas, gananciosas por dinheiro, o que mais elas têm feito são reformas dizimistas!

- Em 26, 27 e 28 de julho de 2013, a Associação Médico-Espírita de Minas Gerais realizará o encontro Evangelho, Teoria e Prática, na Casa de Retiros São José, na rua Itaú, 475, bairro Dom Bosco, em Belo Horizonte. É possível a hospedagem no local. Inscrições: (31) 3332-5293 ou www.ameng.com.br.

- Na Rede Mundo Maior, por parabólica, e www.tvmundomaior.com.br, o programa “Presença espírita na Bíblia”, com Celina e este colunista, nas quintas-feiras, às 20h, e reprise aos domingos, às 23h. Para suas perguntas e sugestões: presenca@tvmundomaior.com.br. E, na Rede TV, o “Transição”, aos domingos, às 16h15, com reprise à 1h45 das quintas-feiras.

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