Jose Reis Chaves

José Reis Chaves é teósofo e biblista e escreve às segundas-feiras

Procurando entender mais do pecado contra o Espírito Santo

Publicado em: Seg, 30/07/18 - 03h00

Primeiramente, quero informar os queridos leitores desta coluna que eu, para fazer as matérias dela, procuro basear-me nas perguntas e questões mais recentes que chegam para mim. Por isso, às vezes, alguns assuntos de matérias anteriores aparecem novamente em outras, às quais coloco mais clareza.

Recentemente, tratamos dos dois Espíritos Santos de que fala a Bíblia e do dogmático instituído pelos teólogos, ou seja, o da Terceira Pessoa Trinitária significando também Deus. Hoje, qualquer pessoa pode discordar livremente de qualquer dogma, sem ser punido com torturas e a morte, pois as igrejas não são mais ligadas com o poder civil. Porém a Igreja, à qual pertence um líder religioso, pode puni-lo disciplinarmente por ele falar publicamente contra um dogma dela. 

Com todo o respeito a esse dogma do Espírito Santo da Terceira Pessoa Trinitária, que afirma que ele é Deus, dizemos que ele, pela Bíblia, é o conjunto dos espíritos humanos. Vejamos esse ensino feito por são Paulo. “Acaso não sabeis que vós sois santuários do Espírito Santo?” – em grego, de “um” Espírito Santo (1 Coríntios 6: 19). O Espírito Santo da Terceira Pessoa é, pois, uma espécie de substantivo coletivo, que significa o conjunto de todas as almas ou espíritos que habitam os corpos humanos. E como é comprovado à saciedade pela ciência espírita, são eles que se manifestam a nós através dos médiuns, chamados também na Bíblia de profetas e videntes. “Antigamente, os profetas eram chamados de videntes” (1 Samuel 9: 9). 

Muitos falam que os espíritos recebidos pelos espíritas são demônios. E são mesmo, pois demônios (“daimones” em grego, a língua original do Novo Testamento) são as almas. Mas elas podem ser más, boas e até santas. 

Já o Santo Espírito de Deus ou o Espírito Santo de Deus é o verdadeiro Espírito Santo, que é o da Primeira Pessoa Trinitária, o Deus denominado por Jesus de Pai Dele e de todos nós, o que significa também que Jesus é nosso irmão. E Jesus, o homem Messias, é Deus sim, como todos nós o somos, mas relativo. “Vós sois deuses” (João 10: 34 e 35, e Salmo 82: 6). Já o Deus Pai, único e incriado, é o Deus absoluto e verdadeiro. “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2: 5).

Até aqui, vimos que, de acordo com a Bíblia, há dois Espíritos Santos: o de Deus Pai e o que habita em nós e que é a alma de cada um de nós, chamado também de centelha divina. Mas os teólogos que criaram o Espírito Santo da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que respeitamos, deram-lhe uma interpretação diferente da que lhe dá a Bíblia. E exatamente porque ele não tem uma interpretação bíblica, tornou-se polêmico, e porque se tornou polêmico, os teólogos transformaram-no em dogma. E observe-se que Ele é o mais divulgado, pois quando se fala em Espírito Santo, é Dele que os cristãos mais se lembram. Seria isso uma espécie de lavagem cerebral?

E quando se fala que o pecado contra o Espírito Santo não tem perdão, nem nesta vida nem no futuro, quer dizer que ele, por ser um pecado muito grave, tem que ser mesmo pago. É chamado de pecado mortal pela Igreja. Ele é contra a consciência do Espírito Santo do indivíduo que o comete. Daí que ele não tem perdão, pois tem que ser mesmo pago, já que colhemos o que semeamos!

PS: “Presença Espírita na Bíblia” (programas gravados) com este colunista, na TV Mundo Maior

 

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