Todo presidente do Estado de número par, na ordem de sucessão, que ocupasse o Palácio da Liberdade, sairia de lá no caixão. Essa seria a praga de uma velhinha que teria morado num casebre demolido pela Comissão Construtora da Nova Capital para que no local fosse erguida a sede do governo de Minas. A lenda ganhou força na cidade depois das mortes de Silviano Brandão, em 1902, e de João Pinheiro, em 1908. Os dois morreram no Palácio e eram o segundo e o quarto presidentes do Estado a ocupá-lo.
O historiador Abilio Barreto, em seu livro Belo Horizonte Memória Histórica e Descritiva, afirma que essa história circulava nos primeiros anos da capital e que a origem da lenda poderia ter sido criada depois dos falecimentos de Silviano Brandão e de João Pinheiro. Segundo ele, no Arraial de Curral Del Rei, as casas que ficavam mais próximas de onde fica atualmente o Palácio e a Praça da Liberdade, eram as da Rua Boa Vista, que margeava a regição. "A fim de mostrarmos que essa lenda é produto de pura imaginação popular, afirmamos de uma vez para sempre que o local em que se acha o palácio era uma colina coberta de vegetação rasteira que foi desterrada, sendo que ali jamais existiu habitação alguma", escreveu Barreto..
A maldição da velhinha acabou caindo em descrédito simplesmente porque o que ela teria previsto não aconteceu. Mais tarde, morreram no exercício do cargo os presidentes Raul Soares, em 1924, e Olegário Maciel, em 1933. Eram o nono e o décimo segundo ocupantes do Palácio.