A Copa Libertadores em sua reta final

As semifinais da Copa Libertadores colocam frente a frente as duas mais tradicionais e poderosas escolas de futebol da América do Sul. E, ao que tudo indica, teremos uma final com Brasil x Argentina novamente.

River Plate e Palmeiras, que poderiam tranquilamente disputar a decisão, terão que lutar bravamente se quiserem estragar a vantagem que Grêmio e Boca Juniors possuem. E não será nada fácil, tendo em vista que tricolores e xeneizes conseguiram uma boa margem para trabalhar com tranquilidade nas partidas de volta.

Quem entrará em campo primeiro será o Grêmio, atual campeão, que jogará suas fichas hoje, às 21h45, na Arena Grêmio. O River seria capaz de devolver a derrota por 1 a 0 que sofreu em casa e fazer uma histórica final? Difícil avaliar, mas repertório e história, os milionários têm de sobra. A equipe comandada por Marcelo Gallardo se apega às quartas de final da competição de 2015, quando o Cruzeiro, que na ocasião era bicampeão brasileiro, venceu por 1 a 0 no Monumental de Nuñez e sofreu a reviravolta no Mineirão, com uma vitória monstruosa diante de 60 mil cruzeirenses. A partir dali, os argentinos rumaram ao tricampeonato continental.

No Grêmio, a experiência de Renato Portaluppi vai ditar o ritmo em Porto Alegre. Venceu a Continental com sobras no ano passado e na atual edição passou por apuros, principalmente nas oitavas de final diante do Estudiantes, mas acabou crescendo de produção e entra forte para se sagrar tetracampeão.

No outro duelo, que acontecerá amanhã, no Allianz Parque, também às 21h45, um desafio bem mais complexo para o Palmeiras. Reverter uma situação muito desfavorável seria mais do que necessário; seria histórico. Os gols de Benedetto quase no fim dos 90 minutos jogaram não só uma ducha de água fria, mas também algumas pás de cal no sonho do bi.

O placar de 2 a 0 a favor do Boca é extremamente difícil de ser tirado em função do critério de gols marcados fora de casa. Um gol “bostero” obrigará os paulistas a colocar três tentos de diferença para se garantirem na sonhada decisão. O clube argentino tem boas peças, mas está longe de ser aquele time que beirava o imbatível em algum momento de sua história. E se tem algo que esse time não é de forma nenhuma é invencível.

O Boca, quando acuado, realmente não consegue sair com qualidade, a não ser apostar na velocidade de seus pontas. Inclusive, nas quartas de final, o Cruzeiro encurralou o time da Bombonera, mas a infelicidade na hora de decretar o resultado a favor pesou. E o Palmeiras tem mostrado seu poderio no Campeonato Brasileiro, no qual dá passos muito largos para o título. Inclusive, não perder para o Flamengo no Maracanã após o resultado em Buenos Aires mostrou claramente como o time de Felipão é maduro o suficiente para chegar à decisão.

Apontar favoritos para a final parece óbvio no momento. Boca e Grêmio têm tudo para reeditar a final de 2007, quando os argentinos tiveram um agregado de 5 a 0. Porém, tanto River quanto Palmeiras têm times de sobra para conseguir seus feitos. Estão vivos e podem avançarem. Porém, não acredito.