Leandro Cabido

Comentarista esportivo da rádio Super Notícia 91,7 FM, escreve sempre às quintas-feiras

A decisão lógica com favoritismo azul

Publicado em: Ter, 27/03/18 - 03h00

A lógica do Campeonato Mineiro volta a acontecer. Não há como negar que se Atlético ou Cruzeiro não estivessem na decisão estadual, seria porque alguma coisa teria dado muito errado no percurso. E não digo isso menosprezando a qualidade do América, que fez uma boa campanha na primeira fase, mas acabou sendo eliminado na semifinal. Galo e Raposa, pela história, pelo tamanho, e, principalmente, pelo orçamento, não fizeram mais do que suas obrigações.

Coincidentemente, ambos estão nos primeiros momentos de suas novas gestões. Tanto Sérgio Sette Camara, com os alvinegros, quanto Wagner Pires de Sá, com os celestes, iniciaram seus mandatos vislumbrando as mesmas coisas, porém, cada um a sua maneira.

Enquanto o Cruzeiro investe pesado na manutenção e em alguns reforços para o técnico Mano Menezes, os atleticanos trabalham na criatividade, tentando observar o mercado e abrir espaços para as oportunidades. A opção atleticana – que o próprio presidente deixou claro que é uma necessidade, e não uma escolha – é bem mais complicada e, sendo assim, traiçoeira. Porém, essa transição de realidade não exime o clube de cumprir com sua obrigação no torneio regional.

Na edição 2018 da competição, a disparidade entre os rivais foi gritante. O time do Barro Preto, inclusive, não venceu em apenas dois jogos dos 14 durante sua trajetória. Tem o melhor ataque e a melhor defesa do Estado. Na temporada, em momento nenhum teve sua supremacia questionada.

Já a equipe de Lourdes, oscilante, fechou a primeira parte do Mineiro na terceira posição, atrás também do Coelho. Teve três derrotas, sendo uma delas para o adversário da decisão. Pesou contra o Alvinegro a ausência de comando em algumas rodadas, o que fundamentalmente atrapalhou os planos durante os primeiros meses do ano.

Falar em favoritismo do lado azul não é besteira. Quem vê os jogos das duas equipes sabe que hoje há uma diferença nítida entre os trabalhos. No próprio Independência, no duelo da primeira fase, o Cruzeiro saiu vencedor. Pesa contra Mano a ausência do atacante Fred, que não estará disponível durante todo o ano devido a sua grave lesão. A partir de agora, Raniel, que vive um bom momento, passa a ser oficialmente o principal responsável pelos gols do time da Toca. Se não bastasse ter um time superior, a Raposa ainda joga pela vantagem de definir a parada no Mineirão e com o critério de mesmo saldo entre os resultados.

Se Atlético não é o favorito para levar o título, também não é nenhum azarão. O conjunto de Thiago Larghi cresceu na semifinal contra o América e pode evoluir ainda mais. Houve uma melhora considerável no sistema defensivo, e o time ganhou mais corpo com Adilson, que vem se destacando jogo após jogo. Para vencer a Raposa, Larghi vai precisar acertar a marcação no meio com Elias e fechar os espaços nas laterais, onde o Cruzeiro é extremamente eficiente.

Não existe uma obrigação de vitória em decisões entre os dois clubes. Contudo, com todas as situações descritas acima, caso a derrota seja de Thiago Neves e companhia, o peso será maior.

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