LEANDRO CABIDO

A importância do rodízio para os times

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2018 | 03:00
 
 

Os clubes de futebol adotaram, há algum tempo, uma maneira de tentar mesclar seus atletas em função do ridículo calendário brasileiro, que nesta temporada se superou começando os jogos dos estaduais no precoce dia 17 de janeiro. Porém, há algumas variações nesses métodos, visando logicamente à exigência de momento e também à preparação física.

Cruzeiro e Atlético trabalham de maneiras bem diferentes nesse aspecto. Enquanto o primeiro preza por mudanças pontuais, o Galo opta por mudar completamente a equipe, mantendo apenas o goleiro Victor. Os resultados, em quatro rodadas, já mostram por si só quem está se adequando bem à rotina implantada em 2018.

A Raposa começou o ano quase com sua força máxima disponível na vitória sobre o Tupi, no Mineirão. Na sequência, Mano preferiu modificar o time, mexendo na defesa e também no ataque, mas não alterou a espinha dorsal. O empate diante da Caldense, em Poços de Caldas, chegou a incomodar, mas nada que alterasse os planos do treinador. Contra o Uberlândia, em Belo Horizonte, o comandante voltou a escalar todos os considerados titulares absolutos, e o resultado veio sem problemas. Diante do Tombense, em Ipatinga, novas mudanças pontuais e mais uma vitória, consolidando a liderança do Campeonato Mineiro.

Mano decidiu manter o esquema e boa parte de seus comandados visando a um entrosamento maior e deixá-los mais preparados para encarar a Copa Libertadores daqui a um mês. O técnico sabe que tanto a torcida quanto a diretoria focam tudo no jogo contra o Racing-ARG, em Avellaneda. É nesta época que tudo precisa estar 100% preparado. Por isso, há uma pressa em relação a dar condicionamento aos atletas principais, e todo jogo é válido para alcançar esse objetivo.

No Galo, Oswaldo de Oliveira terá mais tempo para arrumar sua formação, mas sabe que a pressão aumentará caso os resultados continuem oscilantes. Em quatro partidas, uma derrota e um empate com a formação alternativa fora de casa, enquanto os titulares venceram uma e empataram outra – sempre no Independência. O que mais me preocupa é que os reservas não mostraram nada. Dessa equipe, dos dez jogadores de linha, apenas o volante Yago terá condição de postular uma titularidade no futuro. A preocupação é justamente esta: o Atlético tem 11 intocáveis e um elenco fraco. E, após o empate com o Patrocinense, as dúvidas perante a qualidade dos principais jogadores também são levantadas.

Há, porém, uma vantagem: como o grande jogo do Atlético no primeiro semestre acontecerá no dia 11 de abril, contra o San Lorenzo-ARG, existe uma margem de trabalho. O problema para Oswaldo é que antes disso, tem toda uma primeira fase do Campeonato Mineiro, além de algumas fases posteriores do Estadual e também a Copa do Brasil, que se inicia na próxima semana, antes do desafio pela Sul-Americana. Mesmo com esse tempo, eu já adotaria no alvinegro o método que os celestes estão trabalhando: forçar os titulares a ganhar conjunto, fazendo – poucas – mudanças pontuais. Optar por dois conjuntos diferentes atrapalha no desenvolvimento de ambos.