LEANDRO CABIDO

Cruzeiro e Racing: duelo que remete à história

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2018 | 03:00
 
 

Hoje é um daqueles dias em que o torcedor se concentra desde as primeiras horas da manhã para ver seu time em ação. O jogo, aquele que todos querem ver. Talvez, um dos melhores da primeira fase da Copa da Libertadores em 2018. Para o Cruzeiro, encarar de cara o Racing-ARG, em Avellaneda, no famoso estádio El Cilindro, é voltar ao passado, recordando tristezas e também felicidades. As Supercopas de 1988 e 1992 que o digam.

O momento das duas equipes chama atenção. A Raposa se mantém intacta em 2018, sendo a única invicta entre as equipes da Série A ao lado do Atlético-PR. Claro, estamos falando de Campeonato Mineiro, porém outros grandes clubes ainda tentam se sustentar, mesmo tratando-se de torneio regional. No caso da Academia, o quinto lugar na Superliga Argentina mostra a força do time. Já são quatro vitórias em sequência, sendo que a última derrota em casa aconteceu justamente para o rival Independiente, pelo placar mínimo, ainda em novembro passado.

Há, portanto, um equilíbrio quando pensamos apenas na atual fase da temporada. Quando analisamos um pouco mais os times, eu não tenho dúvida quanto à superioridade do Cruzeiro. Não para o jogo desta noite, mas, evidentemente, vislumbrando um título de grupo. A chave 5, que conta também com Universidad de Chile-CHI e Vasco, notoriamente tem mineiros e argentinos com mais força. E isso não é para qualquer um, tratando-se de três clubes com títulos de Libertadores e outro tradicionalíssimo.

O Racing conta com o retorno do meia Centurión, que não conseguiu mostrar seu futebol no São Paulo, mas volta ao clube de Avellaneda com a proposta de ser um dos pilares do time. Não é à toa que vem jogando bem e, inclusive, marcando alguns gols. Outro atleta que teve passagem pelo Brasil é Lisandro Lopez, que vestiu a camisa do Internacional na temporada de 2015. Inclusive, chegou a balançar as redes dez vezes pelo Colorado. O técnico Eduardo Coudet gosta de trabalhar seu time no 4-2-3-1, mas às vezes coloca em campo um 4-1-3-2, principalmente para forçar a utilização dos atacantes López e Martinez.

Na Raposa, o que vale é saber que o técnico Mano Menezes tem em mãos um elenco poderoso. Sabe-se que ele desenvolve o 4-2-3-1, mas também pode ter em campo um 4-1-4-1, tendo em vista as possibilidades de plantel. Por isso, a importância de Ariel Cabral no time, que joga como segundo volante, mas também adiantando-se para virar uma opção.

Que o jogo desta noite relembre aquele 4 a 0 do Mineirão em 18 de novembro de 1992, quando os celestes fizeram uma partida histórica e praticamente asseguraram o título sul-americano, consolidado sete dias depois, com a derrota simples na Argentina. O título apagou o vice-campeonato de 1988 para os rivais, na recém-criada competição. Tomara que os jogadores cruzeirenses incorporem o espírito de Marco Antônio Boiadeiro, um dos grandes destaques daquela conquista. Se a memória não alcançar 26 anos atrás, podemos adiantar um pouco e relembrar o 4 a 0 no palco de hoje, válido pela Copa Mercosul, em 1999. Nada mal, não é mesmo?