Cruzeiro vai forte rumo ao hexacampeonato

O que o Cruzeiro precisava fazer ele fez: vencer o Corinthians em casa, com o Mineirão lotado, e jogar a responsabilidade da vitória para o outro lado na decisão de amanhã, em São Paulo, na Arena Corinthians. O primeiro passo final rumo ao hexacampeonato da Copa do Brasil foi dado, mas todo cuidado é pouco antes de qualquer palpite sem fundamentação.

O time paulista veio a Belo Horizonte basicamente para sair vivo e conseguiu o que queria. O jogo por si só foi traumatizante para o lado alvinegro, que não chutou a gol. É muito pouco – para não dizer ridículo – uma equipe da estirpe do Corinthians jogar para não perder de pouco, independentemente do adversário que esteja do outro lado do gramado. Estamos falando simplesmente do atual campeão brasileiro.

No lado azul, a percepção entre imprensa e os próprios torcedores foi a mesma: a vitória veio e poderia ter sido maior. Aliás, a decisão era para ter sido definida no Gigante da Pampulha pela diferença de postura e técnica das duas equipes. Porém, tratando-se de Mano Menezes, o placar de 1 a 0 precisa ser mais do que comemorado, tendo em vista que os celestes não haviam vencido em casa jogando pela competição.

Para o desafio final, a Raposa precisa entender o que o rival tentará fazer com a bola. Seja infiltrando o paraguaio Romero, seja deixando o meia Jadson com mais liberdade para a criação ou tratando de liberar um de seus volantes para tentar incomodar mais os cruzeirenses. Sendo assim, Mano estará mais do que à vontade em deixar a bola para os paulistas, uma vez que seu planejamento está na pressão baixa, atraindo seu adversário para seu campo defensivo e apostando na velocidade e na saída de bola qualificada. Os mineiros provavelmente se defenderão como sempre, e a aposta no contra-ataque é mais do que óbvia.

O jogo será difícil para os dois lados, e acho que teremos poucos gols em São Paulo. Dificilmente acontecerá uma loucura tática que proporcione o aparecimento de mais tentos para qualquer lado. O jogo se projeta favoravelmente para o atual campeão da competição, mas vale lembrar que o jogo é em Itaquera, onde o Corinthians foi derrotado pouquíssimas vezes, além do fator torcida, que sempre faz sua parte. Isso deixa a balança um pouco mais equilibrada.

Um dado que pode interferir na hora de saber quem levará o título é o retrospecto do Cruzeiro em cobranças de pênaltis. A Raposa é fria a ponto de sempre entrar em vantagem nessas situações – e olha que não foram poucas. Inclusive, o fator Fábio pode interferir mais uma vez, mesmo que do outro lado esteja um bom goleiro, que é o caso do camisa 1 Cássio.

Para finalizar, precisamos abordar a rica história do Cruzeiro na Copa do Brasil. É inegável a força que o clube tem na competição e de como sabe superar as adversidades – quem não se lembra do favoritismo exacerbado do Palmeiras em 1996, e em 2000, contra o São Paulo, na virada histórica daquele que é considerado o maior de todos os tempos? Isso deixa o clube ainda mais confortável para defender o título amanhã. Dificuldade por dificuldade, os celestes estão mais do que vacinados para mais uma grande decisão.