Leandro Cabido

Comentarista esportivo da rádio Super Notícia 91,7 FM, escreve sempre às quintas-feiras

O retorno em grande estilo de Adilson Batista

Publicado em: Ter, 31/07/18 - 03h00

Adilson Batista merece todos os elogios. Não só pelo fato de ter colocado o América no top 10 do Campeonato Brasileiro, mas também pelo seu retorno ao futebol. E nada melhor do que voltar à cidade onde ele proporcionou um grande trabalho desenvolvido no Cruzeiro.

Pegar o Coelho nessa altura não seria uma tarefa fácil. É um clube em que há uma pressão interna forte e tem questões de limitações orçamentárias bem firmes. Sem contar que a equipe vinha desempenhando um bom papel com o técnico Enderson Moreira. Mas, além de perder o treinador, perdeu também peças importantes que fazem falta ao projeto traçado no início da temporada. A comparação com o antigo comandante acontecerá cedo ou tarde.

Adilson viveu momentos turbulentos desde que deixou o Cruzeiro, passando por São Paulo, Corinthians, Vasco e outros, até realmente parar quando esteve em Santa Catarina, treinando a equipe do Joinville em 2015. De lá para cá, ficou um pouco afastado da mídia, até que foi convidado pela diretoria americana para desenvolver seu estilo no Lanna Drumond.

Em seu retorno, já conseguiu duas grandes vitórias, sendo uma delas histórica. Bater o Internacional no Independência não estava no script, a não ser do próprio Batista. E passar pelo Santos na Vila Belmiro pela primeira vez? Muito menos, não é mesmo?

O novo treinador precisa de um tempo para entender seu grupo e desempenhar um grande trabalho. A missão do América no Brasileirão é se manter na Série A. Se pintar uma vaga na Copa Sul-Americana seria o melhor dos mundos, praticamente uma conquista de título. Para isso, o grupo precisa permanecer focado e agir em prol do mesmo objetivo. E como diz o próprio professor Adilson, “vamos aguardar”

Cruzeiro. Na Toca da Raposa, o céu e o inferno parecem se cruzar toda semana. Impressionante a queda no rendimento da equipe em relação aos dois primeiros jogos do Brasileirão após a Copa. Aliás, os números celestes se mostram bastante preocupantes. Começou perdendo nos últimos quatro jogos; sofreu gol nos últimos cinco – ao todo, foram sete sofridos, sendo apenas duas vitórias nesse período. Fez seis gols, mas deixou de marcar em dois compromissos. O trabalho começa a ser mais questionado pela torcida, que vê certo pragmatismo em alguns momentos de Mano Menezes.

Estar em várias competições deixa de ser vantajoso quando você transforma suas responsabilidades em carma. É o que parece acontecer com a equipe celeste, que é instável no principal campeonato do país e se apega ao fato de ter nas Copas (do Brasil e Libertadores), duas válvulas de escape para a temporada.

Agora, sejamos sinceros. Com o nível de futebol apresentado, quem garante que o time é favorito diante de Santos e Flamengo, rivais dos torneios eliminatórios? Contra o Peixe talvez até seja, mas contra o Rubro-Negro, líder da Série A, não é mesmo. Baseado no que vemos, há chance real de queda em pelo menos uma delas. E aí se volta para o campeonato nacional tentando recuperar o tempo perdido? Gostaria que a coisa fosse mais simples do que parece.

 

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