Toda a expectativa do futebol brasileiro estará no duelo entre Cruzeiro x Flamengo pela Copa Libertadores, amanhã, no Mineirão. Ingressos praticamente esgotados há uma semana, equipes focadas no objetivo e o principal assunto da semana. É isso que torna um jogo grandioso na sua essência, além, claro, das possibilidades em campo. Será mesmo que o Rubro-Negro seria capaz de classificar-se em cima de uma equipe que é favorita e em um Mineirão completamente lotado e hostil?
A Raposa é uma das equipes mais sólidas do futebol sul-americano, em que pese a campanha no Campeonato Brasileiro. O sétimo posto realmente não condiz com a qualidade do grupo e de seu treinador, porém, os alvos são os torneios eliminatórios e ninguém na Toca da Raposa faz questão de esconder.
O Cruzeiro é um time experiente, que consegue ser consistente não apenas em campo, mas também nos resultados e nas situações adversas – vide disputa de pênaltis, normalmente vencidas pelos celestes. Fazer 3 a 1 nesse time, ou mesmo um 2 a 0 – que levaria às penalidades, é muito difícil. A estrutura imposta pelo técnico Mano Menezes é muito bem desenvolvida pelos seus atletas. Isso torna os azuis mortais com a sua concepção de jogo.
Já o Flamengo, que vive momentos oscilantes, tem algumas dificuldades com o técnico Maurício Barbieri. Não pela qualidade do comandante – longe disso, mas pelo esgotamento físico que ele proporciona. No último domingo, no Independência, entrou com a sua força máxima para encarar o América e acabou empatando. Logo, a equipe vai entrar mais desgastada do que precisava e sem o resultado almejado diante do Coelho.
O Cruzeiro, que fez muito mais rodízio de jogadores ao longo do mês de agosto, mesmo atuando com quase todos os titulares no sábado, diante do Fluminense, terá uma condição melhor pelo Continental. Os flamenguistas podem avançar, porém, se o fizer, será histórico.
Debruçando mais sobre as equipes, é nítido que há uma diferença na maneira de conceber o futebol. O Cruzeiro trabalha com uma pressão mais baixa e quase sempre no 4-2-3-1. Jogar no erro do adversário é o principal ponto de partida do técnico Mano Menezes, que sabe como ninguém se utilizar dessa estratégia. O contra-ataque é uma arma constante do clube do Barro Preto.
O combinado carioca, por sua vez, foi projetada para atacar. Atua no 4-1-4-1, e conta com a movimentação de seus jogadores de ponta, caso de Éverton Ribeiro e também de Vitinho. Paquetá atua centralizado ao lado de Diego e, talvez, esse seja o grande problema. Somente o colombiano fica na contenção, deixando o sistema defensivo exposto, se agravando com a marcação pressão. Em todo caso, com o resultado adverso, Barbieri terá que se colocar em risco para poder desafiar os celestes. Não há escolha.
O resumo da ópera acontecerá apenas em campo, mas nota-se um claro encaixe de jogo favorável aos mineiros. Se a classificação se confirmar para o lado azul, óbvio que o estrago feito no Maracanã foi o fator crucial para avançar, sendo a mesma análise para uma possível eliminação do Flamengo.
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