Lohanna Lima

Mineira, jornalista, repórter do Super FC e da Rádio Super Notícia FM, escreve quinzenalmente às quintas-feiras

Todos aguardando o presente de Natal

Publicado em: Qui, 21/12/17 - 02h00

O mês de dezembro costumava dizer bastante sobre o que o torcedor poderia esperar de cada clube na temporada seguinte. É verdade, entretanto, que nos últimos anos as projeções têm mudado bastante. Quem viu o Corinthians no mercado, no fim de 2016, não poderia imaginar que o clube seria campeão paulista e do Brasileiro. Aqui em Minas, a manutenção de boa parte dos jogadores do Atlético e a chegada de Elias fizeram com que muitos imaginassem que o time estivesse à frente do Cruzeiro. No final, a Raposa foi campeã da Copa do Brasil e se garantiu na Libertadores, enquanto o Galo amargou eliminações e um decepcionante nono lugar na tabela de classificação do Brasileiro, ficando de fora do torneio continental. Estamos mais uma vez em um período de chegadas e saídas, em que todos os clubes esperam por um presente de Natal e pela montagem de um elenco forte e competitivo, mas o mercado e a condição financeira dos times, em geral, apontam para a criatividade e muita pesquisa no lugar da briga por nomes de peso. 

Atlético. Com um orçamento de R$ 10 milhões para contratações, o Atlético terá uma temporada diferente das anteriores. A maioria dos nomes especulados até agora são de jogadores que não tiveram tanto espaço ou não terminaram bem 2017. No fim de 2015, o clube foi atrás de Lucas Pratto, melhor jogador do futebol argentino no ano, trouxe Robinho e, posteriormente, Fred, compondo um elenco cheio de estrelas. A ideia, agora, é enxugar a folha e apostar nos empréstimos. 

Cruzeiro. A instabilidade política da Raposa é, sim, motivo de preocupação. O presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, insiste na realização de uma auditoria e fala em números assustadores em relação à dívida que o clube adquiriu na gestão de Gilvan de Pinho Tavares. À frente das negociações desde outubro, a nova diretoria ainda não anunciou nenhum nome e viu a gestão anterior negociar Diogo Barbosa, um dos destaques de 2017 na equipe celeste. 

Bruno Silva. Todo fim de ano traz uma negociação que se transforma na famosa novela. A iminente chegada de Bruno Silva ao Cruzeiro tem se tornado aquele tipo de assunto repleto de entraves. O volante é o tipo de jogador que vai na contramão da maioria. Enquanto muitos negam especulações, ele vem manifestando o desejo de jogar na Raposa desde antes do fim do Brasileiro, tendo até já provocando o rival Atlético – claramente jogando para a torcida antes mesmo da chegada. 

Artilheiro. A possível saída de Fred para o Flamengo faria com que o Atlético perdesse o seu jogador mais efetivo em 2017. Há quem o critique, mas é fato que o camisa 9 teve sua importância durante o ano. Apesar de ter uma vida estruturada em Belo Horizonte, uma boa proposta carioca pode seduzir o jogador. Ricardo Oliveira, que tem o nome cada vez mais ligado ao clube mineiro, seria um substituto que chega de duas temporadas medianas, ao contrário de Fred, que sai em alta.

América. Os nomes que vêm sendo falados no Coelho não são muito animadores para a disputa da Série A. Obviamente, o América tem que trabalhar com a realidade de seu orçamento, mas há uma preocupação de que a equipe siga o mesmo caminho de 2015, perdendo jogadores do acesso, sem repor à altura. A manutenção de Enderson Moreira, no entanto, é animadora, uma vez que ele conhece bem o clube para trabalhar com criatividade.

Contramão. Flamengo e Palmeiras são hoje os únicos clubes com poderio para investimento em grandes nomes ou em valiosas promessas. A equipe paulista já buscou Lucas Lima, Diogo Barbosa e insiste em ter Gustavo Scarpa no próximo ano. Em contrapartida, precisa liberar jogadores para desinchar o elenco e tem a vantagem de poder utilizar bons nomes como moedas de troca. Uma realidade totalmente fora da curva em relação aos demais. Um viva à Crefisa. 

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