Lucas Gonzalez

Além da vacina, precisamos nos imunizar com pacificação

É necessário ter ciência, política e economia andando juntas

Por Da Redação
Publicado em 22 de março de 2021 | 03:00
 
 

O momento do país exige medidas pensadas com cautela e embasadas tecnicamente; isso é inquestionável. Tudo o que não precisamos, no atual contexto, é que vidas passem pela triagem do pensamento ideológico extremista. Todas as vidas. É preciso ter ciência, política e economia andando juntas para que o povo não sofra com as mazelas da pandemia do novo coronavírus. Pacificar: este é o objetivo.

O Brasil é um país continental, e suas diversas variáveis sociais nos mostram que realidades diferentes são atingidas de formas também distintas em grandes crises. No entanto, nenhuma é mais prejudicial para toda uma nação do que aquela crise que nasce com base em pensamentos extremistas e radicais. Mesmo me posicionando de forma contrária ao decreto da Onda Roxa em todo o Estado de Minas Gerais, entendo a necessidade de confiar e colaborar, de maneira altiva, com as lideranças. É tempo de sabedoria.

Se estamos passando por um momento de turbulência, é fundamental confiarmos na capacidade de quem nos pilota e nas medidas que serão tomadas. O foco, agora, em definitivo, é a vacina.

Precisamos trabalhar em conjunto para que a vacina chegue o quanto antes para a população. E é fato que isso só acontecerá se os líderes democraticamente eleitos do nosso país se unirem, deixando de lado qualquer problema de ordem ideológica ou partidária.

Atualmente, tem se dado mais espaço a polêmicas desgastantes, que pouco impactam a nossa vida, do que ao problema que precisa ser abordado para chegarmos a um denominador comum. Cautela, moderação, serenidade: tudo o que precisamos no momento, tanto para Minas Gerais, como também em todo o Brasil. É primordial que o Brasil siga o exemplo dos seus atuais parceiros protagonistas, como Israel e EUA.

Em Israel, Benjamin Netanyahu, notório líder de direita, conseguiu uma vacinação massiva da população, e em tempo recorde – isso sem ter que lidar com assuntos vazios, conjecturas políticas ineficazes, discussões de ordem médica ou similares. Netanyahu foi sábio e trouxe para o seu povo aquilo que era necessário; algo que só foi possível quando todo o país, de modo homogêneo, entendeu que aquele caminho deveria ser traçado e cumprido lado a lado. O mesmo se desenha para acontecer agora, nos Estados Unidos. O atual presidente Joe Biden também abriu mão dos discursos inflamados para trabalhar na vacinação, o quanto antes, de sua população.

É imprescindível reconhecer que, para avançarmos enquanto país, precisamos nos posicionarmos da mesma forma e que devemos ouvir o posicionamento do outro. Dentro disso, construirmos um cenário de diálogo. O segredo é ouvir todos os setores, principalmente aqueles que movimentam a máquina do Estado. É preciso respeitar os indivíduos, suas propriedades e suas realidades. A preocupação com a saúde se faz urgente. Igualmente, a preocupação com os empregos e com a economia se faz importante no âmbito imediatista. É este o equilíbrio que anda em falta quando falamos de políticas públicas.

Confiar em pessoas capacitadas e técnicas, escutar especialistas e promover debates mediados; só assim será possível determinar saídas nesse labirinto, com atitudes propositivas, com autoridade, mas sem autoritarismo e imposições.

Precisamos focar a infraestrutura, a logística e a correta destinação dos recursos voltados para a saúde e para o desenvolvimento econômico, seja na esfera municipal, estadual ou federal.