MÁRCIO COIMBRA

Passaporte sanitário

O passaporte sanitário, que confirma a vacinação dos cidadãos, está sendo amplamente usado em países europeus

Por Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2021 | 04:00
 
 

Enquanto Minas registra sete mortes e 171 casos de Covid em 24 horas, os registros mostram 13.587 pessoas infectadas com o novo coronavírus no Estado. Os números vêm caindo e mostram que pouco a pouco estamos vencendo a guerra sanitária. A maior e mais importante arma que possuímos contra o vírus é a vacinação, e isso tem se refletido nas internações em declínio, assim como o número de casos.

Belo Horizonte é considerada uma das capitais com a melhor política de combate ao vírus. Com metodologia própria, chamada de “três velocímetros”, é possível acompanhar a taxa de contaminação, ocupação de leitos e UTIs. A cidade apostou no método em que a virologia e a infectologia andam junto com a estatística e com a matemática. Isso forneceu segurança para flexibilizar as medidas no momento certo e restringir quando necessário. Havia o entendimento de que não há economia sem segurança sanitária.

Com a vacinação ocorrendo de forma intensa em todo o Brasil, o país agora se volta para um novo momento, que é controlar o surgimento de novas cepas, assim como minimizar os reflexos da entrada de variações do vírus em território nacional. O caminho mais efetivo é aquele largamente usado no mundo inteiro, o chamado “passaporte sanitário” – usado nas fronteiras, mas também para ingresso em determinados locais.

O passaporte sanitário, que confirma a vacinação dos cidadãos, está sendo amplamente usado em países europeus e tem ajudado a economia a retornar de forma segura, fornecendo uma garantia de que aqueles que circulam por determinados espaços estão vacinados. Isto tem ajudado a impulsionar os números de retomada econômica, ao mesmo tempo em que tem conseguido recuperar muitos empregos perdidos durante a fase mais aguda desta pandemia.

Assim como Bolsonaro, que é o único líder das maiores economias do mundo a não se vacinar, o Brasil, sob sua orientação, optou por não exigir comprovante de vacinação dos estrangeiros que entrassem em território nacional. Um contrassenso. A prática de exigir o passaporte de vacinação é comum hoje nos Estados Unidos, na Guatemala, na União Europeia e em países asiáticos. O Brasil mais uma vez estaria desalinhado com as práticas comuns na comunidade internacional.

Certo de que o comprovante de vacinação é instrumento fundamental para o controle do vírus, o ministro Roberto Barroso decidiu que o Brasil deve começar a exigir comprovante de vacina de quem entra no país – uma decisão que se sobrepõe àquela tomada por Bolsonaro. Uma medida sensata e necessária, uma vez que são inúmeros países que exigem outras vacinas, como febre amarela, para viagens internacionais – a vacina contra Covid foi apenas inserida neste rol necessário.

Precisamos vencer a pandemia da forma correta e efetiva. A vacinação, ao contrário da crença de muitos, é até agora o melhor caminho. Já são mais de 616 mil vítimas do vírus no Brasil e mais de 56 mil em Minas Gerais. Não podemos deixar que o vírus vire o jogo neste momento crucial de retomada da vida cotidiana em nosso estado. Nossa gente e nossa economia dependem desse esforço. O passaporte sanitário vem como uma medida de segurança que permite superar o desemprego, recuperar a renda, empreender e fazer com que nossa economia avance. Já passou do momento de vencermos esta etapa.