Marcos Guiotti

CBF aproveita boa fase

Publicado em: Sex, 31/03/17 - 03h00

As bruxas nunca abandonam o futebol brasileiro. Vira e mexe elas aparecem para assustar e espantar a calmaria que reina na terra dos Havelanges, Teixeiras, Marins e Polos. Imagino que todos foram surpreendidos com a maquiavélica trama surgida das paredes manchadas de vergonha da sede da poderosa CBF. Continuamos com a monarquia sem rei, só que, de agora em diante, institucionalizada.

Eis que, na calada da noite, quando a seleção brasileira conquistava um resultado surpreendente diante do Uruguai em pleno Estádio Centenário, surgia a notícia de mudança do estatuto da entidade máxima do futebol brasileiro. Para celebrar o bom momento da seleção, a presidência da CBF se torna, digamos, vitalícia, ou até que a morte os separe.

Para os guardiões da casa verde e amarela do Rio de Janeiro, o estatuto foi modificado para ficar mais democrático.

Agora, na escolha do presidente da entidade, as 27 federações de futebol vão ter três votos cada uma. Os 20 clubes da Série A, dois votos, e os 20 clubes da Série B, um votinho. O que mudou? Nada.

As federações vão continuar com o poder de escolher quem preside a CBF. Juntas, elas tem 81 votos. Os quarenta melhores clubes do Brasil juntos tem 60 votos.

Marco Polo Del Nero, que assumiu a entidade em 2014, poderá ficar por lá até perto de completar 90 anos.

Bom exemplo. Foi uma semana de vitórias e derrotas no aspecto moral dentro das quatro linhas. Jogadores simulando e cavando pênaltis, juízes errando feio e punições severas. O bom exemplo ficou com o atacante colombiano Luis Gabriel Rey, que joga no Monarcas Morelia, do México. Ele se recusou a bater um pênalti mal marcado pelo juiz, que teve que voltar atrás. Pelo menos foi humilde.

Agilidade ímpar. E o que falar do jogo Flamengo e Vasco, em Brasília? O árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos recebeu a punição mais rápida do futebol brasileiro. Ele ainda estava no vestiário quando recebeu a notícia de que estava suspenso por tempo indeterminado. Pergunto: Competência da federação carioca ou porque foi contra o Flamengo? Dúvida cruel.

Estranho. O auxiliar brasileiro Emerson Augusto de Carvalho foi o responsável pela severa punição aplicada ao argentino Messi. A Fifa determinou quatro jogos de suspensão pelas ofensas proferidas pelo atleta no jogo ante o Chile. Personalidade do auxiliar ou muito poder? Foi um precedente perigoso.

Vai entender? Mais um clássico mineiro cercado de polêmica e decisões estúpidas. O Atlético insiste em jogar contra o Cruzeiro no Independência, e o Cruzeiro insiste em receber o Atlético no Mineirão com a liberação de apenas 10% dos ingressos para o visitante. Fazem de tudo para que o torcedor desista de ir aos jogos. O mando do clássico deveria ser da federação, e não dos clubes.

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