MARCOS GUIOTTI

Haja banana

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2017 | 03:00
 
 

Ganhou grande destaque na imprensa de todo o mundo a declaração do técnico Paulo Autuori, que comanda o Atlético-PR, após conquistar a vaga na Libertadores diante do Deportivo Capiatá, no Paraguai.

O time brasileiro venceu o jogo por 1 a 0, mas sofreu horrores desde a chegada ao modesto Estádio Erico Galeano. Foram pedradas, cusparadas e palavras preconceituosas e racistas. O treinador ficou indignado com a falta de atitude das autoridades responsáveis pelo jogo. Inclui aí dirigentes do time paraguaio, da federação local e da Conmebol, que tem sede exatamente no Paraguai. E que sede. Paulo Autuori foi categórico ao resgatar o termo “República das Bananas”.

Para quem não se lembra, República das Bananas é um termo pejorativo que faz referência a um Estado, geralmente latino-americano, politicamente instável, dependente de uma economia primária, comandado por um governo rico, corrupto, elitista e oligárquico. Enfim, é um termo que vem sendo utilizado desde o início do século XX para caracterizar países em situações caóticas em matéria econômica ou social, e que andava meio esquecido.

Já passou da hora de punir exemplarmente os que cometem e que permitem que fatos lamentáveis continuem acontecendo no esporte.

Indignação. Vida dura essa de analista. Na semana passada, falei da evolução do futebol no Hemisfério Sul. Agora, me vejo na obrigação de falar do quanto ainda estamos atrasados. Não podemos aceitar que digam que Libertadores é assim mesmo. Mil vezes não. Evolução é o processo por meio do qual ocorrem mudanças ou transformações nos homens ao longo do tempo, dando origem a algo novo.

Lamentável. Temos muito o que evoluir. Veja a que ponto chegou o Campeonato Carioca. Não tem estádio para disputar os seus jogos finais. Tentaram Juiz de Fora, mas a cidade vetou com medo da violência das torcidas. Volta Redonda aceitou, mas impôs condições aos clubes e à polícia. O principal estádio da Copa do Mundo e das Olimpíadas está abandonado. Que vexame.

Esperança. O Cruzeiro soube aproveitar bem a oportunidade de se firmar como time em evolução. Sei que vão dizer da fragilidade do adversário. Neste momento, não importa. O estado de espírito também ajuda na preparação, e uma goleada reafirma a confiança. O time está sendo formado e preparado para o Brasileiro. Vai chegar forte para brigar pelo título. O ano promete.

Vacilo. E nossa arbitragem. O juiz não vê quem fez a falta e expulsa o jogador errado. E o pior, não corrige o erro. O juiz Thiago Duarte Peixoto foi arrogante e não aceitou interferência externa para elucidar o fato que aconteceu no jogo Corinthians e Palmeiras. Bisonho, mas é verdade. O Terceiro Mundo está relutando em deixar o Brasil.