Marcos Guiotti

Novo momento

Publicado em: Sex, 28/08/15 - 03h00

O futebol brasileiro surfou nas ondas de um período próspero, que foi de 2008 a 2012. Os clubes nunca viram tanto dinheiro entrando nos cofres. A TV ficou generosa para negociar individualmente com cada clube, as empresas, capitalizadas pelo bom momento econômico, investiram no futebol, já estendendo o tapete para a Copa do Mundo.

Nesse período, os custos subiram proporcionalmente. Os altos salários pagos no futebol brasileiro chamaram a atenção de muitos jogadores que sonharam com a Europa. Nos dois últimos anos, com o agravamento da situação econômica em todo mundo, o dinheiro sumiu e os clubes não conseguiram reduzir os custos. O resultado foi que praticamente todos os clubes fecharam no vermelho nos anos de 2013 e 2014. Neste ano a situação vai de mal a pior.

No futebol moderno não tem mais espaço para dirigente irresponsável e sem competência para gerir o negócio. O planejamento dos clube precisa ser, pelo menos, de três em três anos, segundo especialista.

Fazer time campeão custa caro, que o digam Cruzeiro e Atlético, que administram duas das maiores folhas de pagamento do nosso futebol. O ano está sendo de redução de despesas, por isso, tanta instabilidade. Quem se adaptar primeiro ao novo momento, sai na frente.

Que saudade! Os dois finalistas da Copa do Brasil de 2014 tiveram participações pífias na atual edição da competição. Apenas um adversário e já estão fora da disputa. As expulsões dos dois zagueiros nos jogos de quarta-feira tiveram peso decisivo nas eliminações. Fica claro que 2013 e 2014 foram dois anos que vão ficar na história do futebol mineiro. Outros iguais, nunca mais.

Impiedade da bola. O presidente do Cruzeiro está sentindo na pele a ingratidão do futebol. Ganhou dois campeonatos brasileiros e, alguns meses depois, passou a enfrentar a ira da torcida, que, na verdade, não se importa com o que se passa no clube. Quer é título, todo ano. Os erros de 2015 estão apagando os acertos dos dois últimos anos?

Ufa! Finalmente o Atlético conseguiu se livrar de Guilherme. Foi um dos grande micos do futebol mineiro. Além de ter gasto uma fortuna para trazê-lo, em 2011, o clube ainda teve que bancar os altos salários por mais de quatro anos. O pior é que era ele que estava insatisfeito e queria ir embora. Tentou o México e acabou na Turquia. Alívio para os médicos do clube.

Equilíbrio. Estamos vivendo um momento diferente no futebol brasileiro. Não existe aquele ou aqueles times que se sobressaem. O equilíbrio é muito grande e a evidência é passageira. Sport, Grêmio, Palmeiras, Atlético e Corinthians já foram considerados os melhores do campeonato. O Santos é a bola da vez. Na Série B, situação parecida. As últimas rodadas prometem.

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