MARCOS GUIOTTI

Um negócio obscuro

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 27 de março de 2015 | 03:15
 
 

Os clubes de futebol no Brasil são entidades privadas, em tese, sem fins lucrativos, associativas e, portanto, livres das amarras da legislação societária típica das corporações. Um negócio obscuro, movido a paixão e dívidas. Aquele que não deve que atire a primeira pedra. A farra com dinheiro alheio pode estar com os dias contados. O governo federal quer receber os quase R$ 4 bilhões dos clubes, e, diante da incompetência financeira para se organizar, uma lei está sendo criada para moralizar esse esporte, que mexe com a cabeça, o coração e o bolso do torcedor. Como tudo tem o seu preço, o governo está propondo algumas contrapartidas dos maus pagadores. Entre elas, a publicação das demonstrações contábeis auditadas por auditor independente e registrado e fazer tudo de acordo com as práticas contáveis em vigor. Além disso, os clubes terão que pagar sem atraso as obrigações tributárias, previdenciárias, trabalhistas, pagar a folha em dia de atletas e funcionários e cumprir o teto de 70% da receita bruta anual com folha do futebol profissional e investimento mínimo em categorias de base e futebol feminino, entre outras. Uma reformulação que vai obrigar os clubes a uma profissionalização forçada. É hora de passar o futebol brasileiro a limpo.

Contas. Na contramão desse movimento, o Cruzeiro segue se endividando para manter um time forte e competitivo. Só que as contas não fecham, e, em um curto espaço de tempo, se nada for feito, o clube poderá enfrentar um colapso financeiro. Vale lembrar que não existe mágica no futebol e que o dinheiro não é fêmea. Alexandre Mattos fez um alerta antes de deixar o clube.

Crédito. Marcelo Oliveira está gastando os seus créditos com a torcida. Em campo, as coisas não acontecem, e o time patina na falta de entrosamento e de futebol. Algumas peças não estão se encaixando, e o ano parece correr rápido demais. Abril está chegando e, com ele, as primeiras decisões. O tempo pode ser aliado, mas, em alguns casos, se transforma em inimigo.

Força. Com o departamento médico vazio, o técnico Levir Culpi vai, finalmente, poder testar a força do Atlético para a temporada. Dátolo e Guilherme podem ser úteis, mas o clube pode ter problemas, se vender Marcos Rocha. A semana dos 107 anos foi tranquila. Tirando o dinheiro que também anda curto, parabéns ao CAM.

Corda bamba. A incrível capacidade de se colocar em uma posição de desconforto deixa o torcedor do América em uma constante corda bamba. No domingo, em Tombos, vai ser uma verdadeira guerra. O Coelho terá que ser valente e comer muita cenoura para depender só dele no domingo de Páscoa. O torcedor espera o chocolate da Semana Santa.