Matheus Vieira

Coordenador regional da Amcham-BH e escreve aos sábados

Matheus Vieira Campos

A força das mulheres no mundo corporativo

Publicado em: Sáb, 26/09/20 - 03h00

A diversidade tem se tornado um tema cada vez mais presente no mundo corporativo. Felizmente, as empresas estão se atentando para a importância de não apenas acolher profissionais com perfis e backgrounds diversos, mas também de valorizá-los como peças importantes para o crescimento. Uma das pautas mais relevantes nesse sentido é da equidade de gênero, que visa promover uma justa distribuição de oportunidades entre homens e mulheres no mercado.

O progresso que as mulheres fizeram nos últimos anos em termos de ocupar espaços historicamente masculinos é significativo. Segundo o estudo Women in Business 2019, da International Business Report, o Brasil está na lista dos dez países com mais empresas em que mulheres ocupam cargos de liderança. Noventa e três por cento das organizações do país que participaram do estudo afirmaram ter pelo menos uma mulher em tais posições. Número acima da média global, de 87%.

Porém, ainda temos um longo caminho a ser percorrido. Apesar de a presença das mulheres estar mais forte, elas seguem sendo minoria no ambiente corporativo. O mesmo estudo constatou que a proporção de mulheres na liderança em relação a homens caiu 4 pontos percentuais em comparação com 2018, ficando em apenas 25%. Número inferior à média global, de 29%.

Isso acontece porque, apesar de se posicionarem de forma favorável à busca pela igualdade, muitas empresas consideram esta uma preocupação secundária em relação ao desempenho dos negócios. O que, segundo a Organização Internacional do Trabalho, pode ser um equívoco.

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um estudo que apontou a presença das mulheres como fatores que contribuíram para o aumento da produtividade, da atração e retenção de talentos e da melhoria da reputação da empresa.

O que explica esses resultados positivos após a inclusão das mulheres é o aumento da diversidade. Com a inclusão de perfis diferentes, surgem novas ideias, novas perspectivas e novas abordagens que podem ser decisivas para o desempenho da empresa.

Além dessa ampliação dos horizontes, as mulheres podem se destacar em relação aos homens no desenvolvimento de determinadas habilidades comportamentais. Segundo um estudo da consultoria americana de recursos humanos Caliper, elas geralmente são mais persuasivas e mais dispostas a assumir riscos por suas equipes, além de em geral serem mais empáticas e flexíveis.

Por isso, é importante que o combate à desigualdade de gênero seja incentivado no mundo corporativo. É preciso gerar oportunidades e cultivar uma cultura organizacional que viabilize a estabilidade e longevidade das mulheres em posições de liderança. Além de estar alinhada com a tendência social de valorização da inclusão e fazer bem para a imagem da empresa, essa atitude pode refletir positivamente nos resultados do negócio em longo prazo.

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