A gratificação natalina foi criada no governo de João Goulart pela Lei 4.090, de 13/07/1962. A legislação determina que o adiantamento da primeira parcela, correspondente à metade da remuneração devida no mês anterior, seja paga entre os meses de fevereiro até o último dia do mês de novembro. Já a segunda parcela deve ser quitada até o dia 20 de dezembro. O benefício tinha como objetivo permitir ao trabalhador adquirir bens e serviços que não eram possíveis com o salário mensal. Em outras palavras, permitir a realização de sonhos que iam além do orçamento mensal.
Mas, para muitos, o 13º salário acaba sendo usado para gastos que deviam ser garantidos pelos nossos ganhos mensais. Gastando mais do que ganham ao longo do ano, muitas pessoas acabam entrando em um processo de endividamento. E o 13º acaba sendo usado para resolver ou diminuir esse endividamento.
Além disso, a chegada do 13º traz uma falsa sensação de aumento de poder aquisitivo. Falsa porque só é pago uma vez por ano. Diante de uma renda extra, a tentação para adquirir algum produto muito desejado é grande. E com a oferta de crédito existente, é fácil parcelar. Em caso de se já ter o orçamento comprometido, a chance de não se conseguir pagar as demais parcelas é grande.
O 13º salário pode ter um papel mais importante na vida financeira das pessoas, além de representar um alívio temporário. Em cada fase, ele pode ajudar de uma maneira diferente nosso planejamento financeiro.
Na fase inicial, onde se busca construir uma boa vida pessoal e uma carreira profissional, muitos são os sonhos e desejos. Há muito que se construir. Estudos, viagens, primeiro carro, primeira casa. O 13º salário pode ter um papel importante na conquista desses objetivos. É um valor que será adicionado ao esforço de poupança feito ao longo de todo ano.
Para aqueles que já constituíram família, além de ajudar na conquista de alguns sonhos, o 13º pode também ajudar na manutenção do equilíbrio orçamentário. Muitos são os gastos de final de ano (presentes, comemorações). Além disso, o próximo ano já começa com uma série de gastos extras (IPVA, IPTU, matrícula e material escolar, gastos de férias). O 13º recebido pode ser fundamental para quitação desses compromissos.
Para quem já aproveita com tranquilidade uma nova fase da vida, o 13º poderá ajudar a se desfrutar um pouco este momento. É um recurso que poderá ser usado em uma nova viagem, em uma nova atividade física ou mesmo para garantir momentos agradáveis com os amigos ou familiares. Por outro lado, aqueles que na aposentadoria ainda lutam para equilibrar o orçamento, devem usar o 13º para formar uma reserva financeira, que poderá trazer alguma tranquilidade na hora do aperto.
O 13º salário pode ser um grande aliado. Basta saber usá-lo!
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