Sou leitor assíduo da sua coluna, a qual sempre me ajuda muito. Gostaria de pedir uma sugestão. Apesar da crise, tenho conseguido me manter razoavelmente estável. Tenho 34 anos e moro sozinho. Minha renda mensal líquida é de R$ 3.900. Minhas despesas fixas chegam a R$ 2.000 (somados prestação do financiamento do apartamento, condomínio, TV por assinatura, internet e faxineira uma vez por semana). Todo mês, deposito na caderneta de poupança entre R$ 300 e R$ 800, dependendo das despesas variáveis (alimentação, vestuário, lazer, academia, combustível, imprevistos etc). Possuo um veículo quitado, avaliado hoje (como possível valor de entrada num carro novo) em R$ 30 mil. Também tenho uma pequena reserva na poupança, por volta de R$ 12 mil. Quero trocar de carro até meados do ano que vem. O modelo que quero custa, atualmente, R$ 55 mil. Qual a melhor maneira de pagar essa diferença entre o carro que possuo e o que quero: lançar mão da reserva que tenho no banco e financiar um valor menor ou deixar a reserva “quietinha” e financiar toda a diferença? Quero evitar ao máximo complicar minha vida financeira que, Graças ao Bom Deus está bem saudável. (Valter – BH/MG)
Valter, primeiramente, gostaria de lhe dar os parabéns pela sua organização financeira e pelo hábito de todo mês conseguir guardar uma parte da sua renda. São hábitos saudáveis que com certeza terão um impacto positivo em sua vida financeira.
Em relação a sua dúvida, acredito que existem duas estratégias diferentes para que você possa realizar o seu desejo de trocar de carro. A primeira delas é comprar seu carro à vista, sem nenhuma necessidade de financiamento. Hoje somando o valor do seu carro atual e seu saldo na poupança, você já tem R$ 42 mil. Faltam então R$ 13 mil para comprar à vista o carro que você deseja. Você disse que guarda entre R$ 300 e R$ 800 todos os meses. Se você fizer um esforço com suas despesas variáveis nos próximos meses e conseguir economizar R$ 800 todos os meses, em 16 meses você conseguirá ajuntar o valor que falta. Será necessário, então, adiar um pouco a realização do seu sonho. Em vez da troca acontecer em meados de 2017, ela irá acontecer no início de 2018.
Caso você não queira esperar e pretenda mesmo realizar a troca no próximo ano, a melhor estratégia será utilizar as suas economias e financiar somente a diferença. Por uma razão bem simples. O rendimento de sua aplicação com certeza será menor que a taxa de juros cobrada no financiamento. Você terá uma parcela mensal menor. Poderá então recompor suas economias, que poderão ser usadas para a realização de outro sonho.
Qualquer dos caminhos que você escolha, precisam de uma ação sua imediatamente. Você tem colocado seu dinheiro na caderneta de poupança. Nos últimos meses, ela tem perdido da inflação. Isso diminui o seu esforço de poupança. Existem hoje no mercado investimentos mais rentáveis e com um risco pequeno. Por exemplo, CDB, fundos de investimentos de renda fixa, LCA/LCI. Procure se informar sobre cada um destes produtos e escolha um deles. Com um rendimento melhor, sua economia crescerá mais.
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