Meu Dinheiro

Carlos Eduardo Costa, consultor financeiro carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br

Dívida e saúde

Publicado em: Qua, 21/06/17 - 03h00

As dívidas não afetam somente a vida financeira de uma pessoa. Em outras palavras, não é só o bolso que acaba sendo prejudicado quando o consumidor deixa de pagar as contas. Dívidas em excesso também podem ocasionar uma série de problemas emocionais e físicos, dificuldades no relacionamento pessoal e até mesmo problemas profissionais.

A conclusão é de um levantamento nacional realizado apenas com consumidores que têm contas em atraso há mais de 90 dias pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com o levantamento divulgado no final do ano passado, dois em cada três (65,6%) inadimplentes se sentem deprimidos, tristes e desanimados por estarem devendo, e 16,8% reconhecem que, por não conseguirem pagar as contas, passaram a descontar a ansiedade em algum vício, como cigarro, comida ou álcool, sobretudo as pessoas das classes C, D e E (17,5%). E esse excesso vai significar um prejuízo ainda maior da saúde. A pesquisa também detectou que alguns devedores acabam apresentando comportamentos distintos. Enquanto uns sentem dificuldades para dormir (39,7%) e maior vontade de comer (21,4%), outros acabam desenvolvendo atitudes opostas, como perda de apetite (24,9%) e vontade fora do normal de dormir (20,6%), comprovando que as dívidas em atraso muitas vezes trazem prejuízos para o corpo e para a mente de quem está devendo.

Da mesma forma, o humor de boa parte dos entrevistados é impactado pelo endividamento, causando abalos na vida social. Os principais efeitos incluem ficar facilmente irritado (47,2%) ou mal-humorado (45,8%), além de ter menos vontade de sair e socializar com outras pessoas (42,2%). Mas o problema nos relacionamentos pode se agravar ainda mais. Dos entrevistados, 12,6% têm estado mais nervosos, cometendo agressões verbais a familiares e amigos, e 7,6% já partiram até mesmo para agressões físicas.

A pesquisa mostra ainda que as dívidas chegam a afetar o desempenho profissional: 15,9% das pessoas que têm contas em atraso afirmaram ter ficado desatentas e pouco produtivas no trabalho ou nos estudos. Em um momento de aumento do desemprego, descuidar das atividades profissionais é um risco muito grande. Perdendo o emprego, ficará ainda mais difícil solucionar a questão do endividamento.

E é preciso equacionar as dívidas para se ter tranquilidade no bolso, saúde física e mental, relacionamentos saudáveis e bom desempenho profissional.

Neste mês de junho, a coluna Meu Dinheiro assumiu mais um desafio. Com a entrada no ar da rádio Super Notícia 91,7 FM, teremos a oportunidade de levar educação financeira para todos os ouvintes. Nosso quadro vai ao ar de segunda a sábado dentro do programa Manhã Super. Conto com sua audiência!

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