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Fim da linha para o crédito rotativo

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 01 de fevereiro de 2017 | 03:00
 
 

A partir de abril, as administradoras de cartão de crédito não poderão mais financiar o saldo devedor dos clientes por meio do crédito rotativo por mais de um mês.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou em reunião no fim de janeiro o prazo máximo para o consumidor ficar no sistema rotativo. Até agora, quem não paga a totalidade da fatura entra no crédito rotativo, que corrige o saldo devedor com juros altos, até conseguir zerar a dívida.

Com a resolução do CMN, o crédito rotativo vigorará apenas até o vencimento da fatura seguinte. Depois disso, o saldo devedor deverá ser parcelado em uma linha de crédito a ser oferecida pela instituição financeira com juros mais baixos.

A medida vale para todos os tipos de cartão, exceto para os de crédito consignado. Por envolver desconto nos salários dos clientes, o crédito consignado oferece riscos menores de inadimplência.

A limitação para o uso do crédito rotativo havia sido anunciada em dezembro pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como parte das medidas de reformas microeconômicas.

E qual será o impacto da limitação de prazo do crédito rotativo no cartão de crédito na vida financeira das pessoas ? A meu ver, um impacto positivo. O crédito rotativo sempre foi uma grande armadilha para o consumidor. Através dele, era possível diminuir o efeito dos gastos do cartão de crédito no orçamento doméstico. Mesmo se gastando um valor alto, conseguia-se pagar uma pequena parte da fatura. O alívio no mês era grande, mas o comprometimento da vida financeira futura era maior ainda.

Os juros cobrados pelas administradoras batem recorde a cada mês. Não param de subir. Como consequência, a dívida do cartão de crédito cresce a uma velocidade incontrolável. É uma bola de neve ladeira abaixo. Não é difícil que, em pouco tempo, ela sufoque completamente a vida financeira do devedor.

A partir de abril, o consumidor só poderá rolar as compras do cartão por um mês. No próximo vencimento, tudo aquilo que não foi pago terá de ser transformado em uma operação de crédito parcelado com a operadora do cartão.

Como as operadoras deverão oferecer linhas de crédito com taxas de juros menores, a dívida não crescerá tanto. Mas, por outro lado, o consumidor já estará comprometendo parte de sua renda por todo o período que durar o parcelamento.

O cartão de crédito é uma excelente ferramenta para quem sabe aproveitar seus benefícios, como serviços de milhagens e prêmios, além de ajudar no controle das despesas, pois a fatura discrimina todos os seus gastos. Porém, se ela não for utilizada com consciência, poderá promover compras por impulso.

Mesmo com as mudanças, o slogam permanece: “Seu bolso adverte: cuidado ao usar seu cartão de crédito”. Os leitores interessados em adquirir o livro “Meu Dinheiro 2”, lançado no último dia 24 de novembro, podem enviar um e-mail para cefcosta@hotmail.com que retorno com as indicações de como proceder. No livro, são discutidos temas importantes sobre finanças pessoais de uma forma que ajuda os leitores a melhorarem seu relacionamento com o dinheiro.

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