Meu Dinheiro

Carlos Eduardo Costa, consultor financeiro carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br

Imóvel

Publicado em: Qua, 17/12/14 - 03h00

Pretendo adquirir um imóvel e gostaria de saber se é um bom momento, em relação à taxa de juros e ao mercado imobiliário. Quero um imóvel na faixa de preço de R$ 400.000, o que pra mim representará um grande investimento. É claro que vou precisar de financiamento.
(Lucinéia – Belo Horizonte)

Lucinéia. O mercado imobiliário está dividindo a opinião dos analistas. Alguns acreditam que ainda há espaço para uma valorização dos imóveis. Já outros acham que o crescimento dos preços já perdeu sua força. Em minha opinião, as duas coisas estão acontecendo. Existem algumas cidades e regiões onde os preços ainda estão subindo acima da inflação. São áreas com muita demanda e pouca oferta de imóveis. Mas já existem áreas onde as vendas não estão acontecendo com muita facilidade. Os preços nessas áreas já estão mais baixos. É uma boa hora para pesquisar boas oportunidades.

O financiamento é uma boa opção. O credito imobiliário cresceu bastante em nosso país nos últimos anos. É importante fazer uma boa simulação para saber como ficará o orçamento doméstico com a parcela do financiamento. É importante que a prestação caiba em seu orçamento. E é bom pesquisar as opções de linha de crédito entre os bancos. Reportagem da revista “Exame”, publicada no último mês de junho, mostrou que o mês de maio, segundo dados do Banco Central, as taxas cobradas pelos bancos grandes variaram entre 6,22% ao ano a 17,68% ao ano. Como o imóvel funciona como uma garantia para o banco, o crédito imobiliário é uma das linhas de crédito com juros mais baixos do Brasil. Existem diferentes tipos de financiamentos imobiliários. Aqueles realizados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) costumam ter taxas mais baixas, já que são regulados pelo governo e utilizam recursos da poupança e do FGTS. Essa modalidade contempla apenas imóveis de até R$ 750 mil nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal, ou de até R$ 650 mil nos demais Estados. Acima dessas faixas de valor, o financiamento só pode ser feito fora do SFH, e as taxas de juros podem ser mais altas.

Além disso, os juros podem ser cobrados de duas maneiras: as linhas pré-fixadas têm juros acordados no ato da contratação e permanecem as mesmas até o fim do financiamento; e as linhas pós-fixadas têm uma taxa de juro pré-fixada e corrigida pela variação da Taxa Referencial (TR), que será tanto maior quanto maior for a taxa básica de juros, a Selic.

A compra de um imóvel não pode ser vista exclusivamente sob o prisma financeiro. Um imóvel próprio também representa para grande parte das pessoas uma segurança. Por maiores que sejam as mudanças que acontecem em nosso país, ter um imóvel significa a garantia de ter um lugar para viver. Em períodos de crise, morar em um imóvel próprio pode representar uma economia importante para o orçamento da família. Não existirá o peso do aluguel a ser pago todo mês.
Outro ponto importante é lembrá-la que todo trabalhador brasileiro que tem carteira assinada dispõe de uma economia que pode ser utilizada na compra de um imóvel. É o valor do seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Acompanhe o saldo que você já tem depositado. Você pode, inclusive, fazer projeções. O seu saldo irá crescer anualmente em torno do valor do seu salário bruto. Por exemplo, para quem ganha R$ 2.000 por mês, o FGTS crescerá a cada ano R$ 2.000. E o FGTS é das piores aplicações que temos. Rende menos que a inflação. Quanto mais cedo utilizarmos o FGTS, menor será a nossa perda. E a compra de um imóvel é uma das únicas formas positivas para sua utilização.

Mandem dúvidas e sugestões para o e-mail carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br.

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