MEU DINHEIRO

Mudança dos hábitos de consumo

Redação O Tempo

Por Carlos Eduardo Costa
Publicado em 31 de agosto de 2016 | 03:00
 
 

A crise econômica em curso tem levado os brasileiros a mudar seus hábitos de consumo. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentada no mês de agosto, a situação econômica fez com que 24% das pessoas vendessem bens para pagar dívidas e 19% mudassem de casa para reduzir o custo com habitação. Ainda segundo o estudo, houve a troca de serviços particulares por públicos. Quase metade dos brasileiros, 48%, passou a usar mais o transporte público, 34% deixaram de ter plano de saúde e 14% mudaram os filhos de escolas da rede privada para colégios da rede pública em todo o Brasil. A entidade ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios no final do mês de junho.

Os estudos mostraram ainda que a turbulência econômica afetou as escolhas dos consumidores, 78% passaram a trocar produtos por similares mais baratos; 80% esperaram as liquidações para comprar bens de maior valor; e 78% pouparam mais para o caso de necessidade. As pessoas estão pesquisando mais antes de adquirir bens e serviços (93%). Também foi verificado maior sacrifício para quitar débitos: 67% estão com dificuldades de pagar contas ou compras a crédito.

O desemprego também tem afetado as famílias. De cada cem entrevistados, 57 disseram que alguém da família ficou sem emprego. O volume é maior que o verificado na pesquisa anterior, de 44%. Segundo a CNI, 80% dos entrevistados disseram que se preocupam em perder o emprego, ficar sem trabalho ou ter que fechar o negócio nos próximos 12 meses, e 84% se preocupam em perder o atual padrão de vida. Mais da metade dos brasileiros, 56%, busca trabalho extra para complementar a renda.

Segundo a CNI, os brasileiros percebem piora na situação econômica do país. Para 71% das pessoas, o cenário do Brasil está ruim ou péssimo. Em junho de 2015, antes do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o percentual era menor, de 66%, e em 2013, de 21%. Mas, para 73% das pessoas, a crise chegou ao fundo do poço e 43% acreditam que a economia estará melhor em 12 meses.

O estudo mostra que a crise afetou bastante o orçamento das famílias. Ela trouxe notícias ruins tanto para os ganhos quanto para os gastos. Desemprego e queda dos salários reais diminuem a renda da população. A inflação pressiona os gastos domésticos. Em muitos produtos e serviços, como planos de saúde, os aumentos estão sendo bem superiores à inflação do período. A única saída então é cortar gastos ou encontrar alternativas mais baratas. Caso contrário, com renda em queda e gastos em alta, o desequilíbrio financeiro será uma realidade. E como consequência dele surge o endividamento que transforma negativamente não somente a vida financeira de uma família, mas acaba comprometendo toda a tranquilidade do lar.

Existe um ditado popular que diz que existem duas formas de se aprender: pelo amor e pela dor. Infelizmente, os brasileiros estão aprendendo hábitos financeiros mais saudáveis com as dores trazidas pela crise econômica.

Planeje bons hábitos para 2016. Invista em sua educação financeira. Curta nossa página no Facebook: www.facebook.com/harpiafinanceiro.

Mandem dúvidas e sugestões para o e-mail carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br