Meu Dinheiro

Carlos Eduardo Costa, consultor financeiro carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br

Taxa Selic

Publicado em: Qua, 13/09/17 - 03h00

“Tenho visto notícias dizendo que as taxas de juros no Brasil estão diminuindo. Falam que uma tal taxa Selic caiu bastante. Mas as taxas de juros de meu cartão de crédito estão ainda nas alturas. O mesmo posso dizer acontece nas financeiras. Será que essas taxas irão cair? E o que é essa tal taxa Selic? Para que ela serve?”.(Marcos André – Mateus Leme/MG)

Marcos André, muitos brasileiros têm a mesma dúvida que você. Assistem no “Jornal Nacional” a notícias sobre as mudanças na Taxa Selic, mas não sabem quais os impactos em nossa vida prática. A Selic é a taxa básica de juros da economia no Brasil, utilizada no mercado interbancário para o financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais. A sigla é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É uma ferramenta de política monetária. Por meio dela, o governo pode regular a quantidade de dinheiro no mercado. Ela é definida nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontecem a cada 45 dias. Na última reunião, realizada neste mês, ela foi reduzida para 8,25% ao ano. A principal razão é o recuo da inflação nos últimos meses.

O primeiro impacto da diminuição da Selic acontece nos investimentos. Os de renda fixa diminuem sua rentabilidade. Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA; todos esses ativos irão gerar ganhos menores para os investidores. Com a queda da Selic, o CDI, que é a referência para alguns desses investimentos, também recua. E o que é CDI? A sigla CDI” vem de Certificado de Depósito Interbancário e deriva do nome dado aos títulos emitidos por instituições financeiras. Esses títulos são como empréstimos de curtíssimo prazo (uma dia) feitos entre as instituições financeiras a fim de sanarem seu caixa.

Até a caderneta de poupança (ainda o mais popular investimento do brasileiro) diminui sua remuneração. Como a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, passa a valer a regra estabelecida em 2012. Em vez de pagar 6% ao ano mais Taxa Referencial (TR), a caderneta de poupança passa a render 70% da Selic mais a TR. No patamar em que está hoje a Selic, o rendimento então ficará em 5,78% ao ano mais a TR. É uma diferença pequena, mas é uma diferença.

O dinheiro dos investidores é uma das formas que os bancos possuem para captar recursos para emprestar para seus clientes. Como esse custo de captação está diminuindo, espera-se que os juros cobrados dos tomadores de empréstimo também diminuam. Mas, infelizmente, esse processo é bem lento. Nos próximos meses, as taxas de juros dos cartões de crédito e do cheque especial ainda deverão permanecer nos níveis atuais, que são extremamente altos! Por isso, é importante refletir bastante antes de recorrer a essas formas de financiamento.

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