Open Mind Brazil

Você conhece seu filho? O que você sabe sobre sua filha?

Pergunte! Mas faça perguntas inteligentes e no momento certo

Por Lúcio Júnior
Publicado em 06 de outubro de 2021 | 03:00
 
 

Dia desses, meu filho mais velho, o Léo, que tem 12 anos, me perguntou se ele ainda iria ganhar presente no Dia das Crianças.

Pensei comigo, claro que vai! Aí me dei conta: meu filho já é um adolescente! Ele não é mais criança, mas, no meu coração, sempre será!

E pensar que até outro dia eu tinha uma criança e um bebê em casa. Hoje eu tenho um adolescente e outro a caminho da adolescência: o João, que está com 7 anos.

Não tem como fugir do chavão: eles crescem rápido demais.

A pandemia, que trouxe tanta coisa nova, possibilitou – com a imposição de isolamento – que desvendássemos um mundo: o mundo dos filhos que não esperam que a gente resolva a nossa vida profissional para crescer!

A pandemia e a necessidade de ficarmos todos juntos praticamente nos obrigou a estreitar o contato com os nossos filhos. Não aquele contato comum da correria de antes, com aquele esquema de: “Bom dia! Come tudo! Como foi na escola? Fez tarefa? Arrume seu quarto”.

Falo daquele contato em que olhamos para nossos filhos com a ânsia de saber o que se passa naquela cabeça. Foi uma enxurrada de comportamentos estranhos, falas esquisitas, atitudes espantosas. Quem aqui não se surpreendeu com descobertas que fez sobre a própria família? Quem aqui não disse a si mesmo algumas vezes: “Eu não sabia que meu filho pensava desse jeito. Eu não sabia que minha filha se sentia assim...”?

Conhecer a fundo nossos filhos pode ser assustador porque entramos em contato com uma verdade nem sempre fácil de engolir, eles não são a gente. Eles são pessoas autônomas, com necessidades e desejos diferentes dos nossos.

Às vezes é frustrante descobrir que nossos filhos não curtem o mesmo hobby que o nosso, não têm paciência para o lazer que adoramos, não suportam a ideia de seguir a carreira que já temos.

Queremos pavimentar caminhos, abrir portas, facilitar. Mas temos que entender que eles têm o direito de escrever a própria história e nós temos o dever de trabalhar para que isso realmente aconteça.

Na porta de mais um Dia das Crianças fico pensando que presente eu poderia dar para meus filhos? Que presente duraria para sempre?

Hoje penso que não há presente mais valioso e poderoso que a presença. Entendo que nem sempre temos tempo ou disposição para darmos a presença que eles merecem.

É tentador colocarmos como prioridade a reunião, a ligação, a mensagem de negócios, afinal, é o trabalho que paga as contas! Mas o preço de não buscarmos um equilíbrio pode ficar alto demais lá na frente.

E se conseguíssemos oferecer uma presença que permita que a gente conheça, de fato, os nossos filhos? Eu não vejo melhor caminho para isso senão conversar e perguntar.

O que você quer saber sobre seu filho? O que você ainda não sabe sobre sua filha?

Pergunte! Mas faça perguntas inteligentes, estratégicas e no momento certo. Em vez de “como foi o seu dia?”, que tal “qual foi o momento mais feliz do seu dia?”

Os seus filhos vão adorar responder!