Paulo Campos

Aéreo

Lufthansa já se prepara para transportar vacinas

Publicado em: Qui, 10/12/20 - 17h57

O Grupo Lufthansa lançará em janeiro um produto premium específico para o transporte das vacinas contra a Covid-19. "O lançamento depende da revisão de processos e da ampliação de espaços. Teremos mudanças nos procedimentos com prioridades de embarque e reserva e equipe para fazer o monitoramento constante do transporte", afirmou Cleverton Vighy, diretor regional para o Brasil da Lufthansa Cargo, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10).

Essa foi umas novidades que os executivos da Lufthansa para o Brasil apresentaram para a imprensa ao fazerem um balanço deste ano e comentarem as perspectivas para 2021, o que Tom Maes, diretor sênior de vendas da Lufthansa para a América do Sul, denomina como "atípico". Ele inclusive desmentiu a notícia de que o grupo pretende demitir 30 mil funcionários até o final do ano. O corte,  segundo Maes, ocorreu apenas na área de catering - serviço que empresas terceirizadas de refeições prestam para as companhia aéreas.

Segundo Cleverton Vighy, o Grupo Lufthansa recebeu recentemente o sétimo e oitavo cargueiros da frota, que devem começar a operar em 2021. No meio da turbulência da pandemia, ressalta ele, começamos a transportar produção de melão do Brasil para China. "Olhamos com otimismo para 2021 por conta da vacina", frisa. Há, segundo Vighy, um desafio logístico pela frente. "Estamos nos preparando para isso. Só no ano passado, transportamos mais de 2.000 toneladas em produtos farmacêuticos", afirma.

Retomada
A partir deste mês, o Grupo Lufthansa passou a operar com 12 frequências semanais no Brasil, sendo sete diários da Lufthansa entre São Paulo e Frankfurt e cinco da Swiss na rota São Paulo-Zurique. "Somos uma das poucas companhias que manteve as operações no Brasil", enfatiza Annette Taeuber, diretora de vendas da Lufthansa para o Brasil. Segundo ela, o Brasil foi uma dos cinco países do mundo onde não houve a interrupção dos voos.

A Lufthansa encerra o ano com média de 40% de ocupação na rota São Paulo-Frankfurt e com pouco menos da metade dos voos que operava no país pré-pandemia. Maes reconhece que serão necessários de três a quatro anos para retomar os níveis pré-pandemia. Em janeiro deste ano, o grupo, que comemorava crescimento de 20% na oferta aérea, viu as vendas cairem cerca de 90% na pandemia. "Quem viajava naquele momento eram pessoas com familiares na Europa e com as portas abertas em alguns países”, recorda Annette.

Sleeper Row
Em novembo, a empresa passou a oferecer uma novidade, o sleeper row, em caráter de teste, nos voos LH 506 e LH 507, na rota São Paulo-Frankfurt. Em quantidade limitada, o sleeper row são três ou quatro poltronas na mesma fileira na classe classe econômica transformadas em cama, similares as da executiva. O serviço não é novidade no Brasil e já é ofertado pela Azul. O custo, em torno de US$ 260, passa a US$ 180 a partir do dia 15. 

A empresa também desistiu de substituir o Boeing 747, com capacidade para até 364 passageiros, que opera a rota São Paulo-Frankfurt, pelo Airbus 350-900, que acomoda 293 passageiros. O motivo, segundo Maes, é capacidade de carga 15% maior do Boeing. "O Airbus 350 chegará ao Brasil em 22 de janeiro. Nosso plano é utilizá-lo até março e depois voltar ao 747 a partir de 1º de abril. A utilização do Airbus é megatemporária", afirma.

Covid-19
Sobre as ações na pandemia, os executivos da Luffthansa lembraram das parcerias para fornecer testes de Covid com descontos, a mudança da base brasileira de cargas de Natal para Recife e a flexibilização da política de remarcação de bilhetes. "Uma coisa que o alemão sabe fazer bem é gerenciar crise", reconhece Annette. “A pandemia também mudou o perfil de viagem, oferta e demanda. No começo dela fizemos teste com promoções e estamos tateando sobre como agir agora em relação à tarifa”,  afirma a diretora de vendas. 

O Grupo Lufthansa, por sinal, não vai aderir ao "Covid free fly" - a testagem de passageiros antes do embarque - nem pretende exigir de seus clientes teste PCR negativo para Covid-19. "É difícil fazer a exigência, porque essa não é uma decisão da companhia aérea, mas dos governos. Não temos como forçar ninguém a isso", salienta Tom Maes.  "Deixo bem claro que não é obrigatório teste PCR para viajar com a Lufthansa", arremata.

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