Pelo mundo

Josias Pereira é repórter do Super FC e escreve sobre futebol internacional, um espaço voltado inclusive às ligas alternativas mundo afora, variadas modalidades esportivas, como basquete, futebol americano, beisebol, dentre outras, além de literatura e turismo esportivo.

A dor de perder seu 'Messi' em uma Copa

Publicado em: Seg, 09/04/18 - 03h00

Na coluna da última segunda-feira, abordei neste espaço o florescer da seleção egípcia, que tem em Salah, grande estrela do Liverpool, sua principal arma para sonhar com grandes feitos na Copa da Rússia. Seguindo ainda a passagem pelo continente africano, resta aqui a lamentação em torno da Tunísia, que não disputa um Mundial desde 2006 e agora possui uma grande baixa em seu plantel para o retorno ao grande palco do mundo da bola. Em um triste comunicado nas redes sociais, o atacante tunisiano Youssef Msakni, de 27 anos, anunciou que sofreu uma grave lesão no joelho, findando assim o sonho de disputar a Copa em 2018.

E aí vocês podem se perguntar: quem seria Msakni? Em qual time da Europa ele joga e o que ele fez em termos internacionais para merecer tanta atenção? O atacante, dono da camisa 7 da Tunísia, jamais defendeu um time europeu, mesmo que as investidas, principalmente dos franceses, fossem constantes. Preferiu fazer história no seu país, sendo tetracampeão pelo tradicional Espérance e rumou, até de forma surpreendente, para o Lekhwiya, atualmente Al-Duhail, do Catar, um dos grandes campeões locais.

Uma escolha que não tirou de Msakni a esperança de chegar ao topo ao lado de seus companheiros de seleção tunisiana. Nas Eliminatórias Africanas, ele foi fundamental para a conquista da vaga na Rússia, marcando gols decisivos, dentre eles os três na goleada por 4 a 1 sobre Guiné que praticamente carimbaram o passaporte da Tunísia para a terra de Vladimir Putin. A qualidade técnica do atacante para driblar e finalizar com precisão atraiu o interesse recente do Leicester City, que o elegeu como um possível substituto de Riyad Mahrez.

Será uma pena não poder vê-lo em ação na Copa. Um daqueles infortúnios que o futebol sempre prega. Não seria nenhuma loucura compará-lo a Messi em sua importância para a seleção tunisiana, declaração que até foi feita pelo técnico Nabil Maloul no mês passado, quando dizia aos jornalistas do país africano que sua equipe era totalmente dependente da presença do camisa 7 no Mundial. Msakni ficou fora dos dois últimos amistosos da Tunísia por conta de uma lesão muscular. Agora, o que Maloul realmente temia, aconteceu.

A Tunísia caiu em um grupo na Copa onde terá pela frente Inglaterra, Bélgica e Panamá. Com o desfalque de Msakni, a esperança das Águias de Cartago reside em nomes como Wahbi Khazri, atacante que pertence ao Sunderland-ING e está emprestado ao Rennes-FRA, além dos franceses naturalizados tunisianos Ellyes Skhiri, do Montpellier-FRA, e Saif-Eddine Khaoui, do Troyes-FRA, que fizeram suas estreias pela seleção do país africano justamente nos últimos amistosos.

Skhiri, de 22 anos, anunciou em fevereiro sua decisão de defender a Tunísia, surpreendendo os franceses, e negou que isso tenha relação apenas com a Copa. Ele, ao lado de Saif-Eddine Khaoui, podem turbinar a criatividade do meio-campo da seleção tunisiana, que atua no popular esquema 4-2-3-1. Mesmo assim, para quem ama futebol, a ausência de Msakni é incalculável e insuperável.

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