Abriu-se uma lacuna e o atletismo brasileiro pode sediar o 52º Sul-Americano da modalidade no próximo mês de maio. Devido ao agravamento da pandemia e os cuidados da Argentina na contenção dos casos de coronavírus, o país decidiu não receber a competição que aconteceria nos próximos dias 14 a 16 de maio, em Buenos Aires.
O torneio é importantíssimo para os competidores. Primeiro porque conta pontos para o ranking da World Athletics, abrindo caminho para uma qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Segundo porque tambem garante vaga no Campeonato Mundial do ano que vem, que será disputado no Oregon, Estados Unidos.
A Confederação Brasileira de Atletismo, CBAt, já entrou em contato com os organizadores e a Atletismo Sul-Americano para receber o torneio mesmo com o país vivendo uma crise sanitária pior do que a Argentina. O afrouxamento das medidas restritivas, no entanto, favoreceria ao Brasil, que ainda planeja cravar no calendário a realização do Grand Prix Brasil, torneio que envolveria competidores da América do Sul e com pontuação D. A competição já foi autorizada pela World Athletics e terá um formato menor.
O Brasil já vem realizando competições visando aos Jogos Olímpicos, como o Torneio Cidade de Bragança Paulista no último fim de semana, que rendeu até vaga em Tóquio. Mas a abertura das portas para uma competição internacional às pressas e inesperada pode não ser a melhor forma de lidar com a realidade do país, além de expor os atletas. Resta saber qual será a decisão tomada pelo Atletismo Sul-Americano e analisar qual tem sido a recepção do continente quanto ao enfrentamento da pandemia em terras brasileiras.
Na Argentina, ainda tentou-se a mudança do evento de Buenos Aires para Concepción del Uruguay, mas as autoridades argentinas estenderam a proibição para todo o país. A Argentina tem que a situação se agrave no país em um futuro próximo, o que inviabiliza a realização. Enquanto isso, o Brasil, com suas três mil mortes diárias, prossegue a rotina.
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