JOSIAS PEREIRA

Gigantes longe de serem intocáveis

Em tempos tão difíceis para o jornalismo, os profissionais de imprensa têm encontrado intimidações nos mais variados ramos da profissão

Por Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2018 | 02:00
 
 

Em tempos tão difíceis para o jornalismo, os profissionais de imprensa têm encontrado intimidações nos mais variados ramos da profissão. O futebol nunca esteve distante dessa ditadura que é aplicada quando descortinam-se os escombros do nebuloso mundo da bola. Por sorte, as medidas tomadas por diretorias tornam-se tão arbitrárias que o bom senso quanto ao tom impera. O exemplo mais claro veio da Alemanha na última semana, quando os cartolas do Bayern de Munique Uli Hoeness, Karl-Heinz Rummenigge e Hasan Salihamidzic convocaram uma coletiva de imprensa para questionar os jornalistas.

A medida não pegou nada bem na imprensa alemã, que encarou a “chamada” como uma clara ameaça. As alegações dos cartolas foram cômicas e relacionavam a suposta perseguição dos jornalistas à seleção alemã com o momento instável do Bayern de Munique na temporada. Os dirigentes então subiram o tom e declararam que medidas judiciais poderiam ser impetradas pelo clube aos tais profissionais responsáveis por uma cobertura “degradante e sarcástica”.

Sobrou até para ex-jogadores do clube e hoje comentaristas: Lothar Matthäus e Olaf Thon foram alvos das críticas. E a bronca, no nível máximo do absurdo, chegou ao defensor Juan Bernat, culpado de um nítido erro de planejamento dos bávaros, que o negociaram com o PSG sem possuir nenhum reserva para Alaba.

A resposta mais apropriada às ameaças do Bayern veio de Jörg Jakob, editor do tradicional jornal “Kicker”, e que expõe muito da realidade que permeia o futebol quando a crise ronda os times de massa. “A coletiva de imprensa memorável dos chefes do Bayern foi algo cômico, mas também um sinal: o campeão tão soberano tornou-se vulnerável, e seu cobertor é curto”, escreveu Jakob.

Um “El Clasico” diferente

Há 11 anos não tínhamos um Barcelona x Real Madrid sem a presença de Cristiano Ronaldo ou Messi. A última vez que isso aconteceu foi no dia 23 de dezembro de 2007, quando os merengues superaram os catalães por 1 a 0, gol marcado por Julio Baptista. Será um clássico com novos ares, seja pelos novos nomes que vão dar sequência à rivalidade ou até mesmo pelo sentimento de orfandade que vai pairar sobre o Campo Nou no próximo domingo.

Messi, o maior artilheiro dos clássicos, com 26 gols, lesionou o osso radial do braço direito, enquanto Ronaldo segue sua dinastia na Juventus, agora o primeiro jogador a marcar 400 gols nas cinco grandes Ligas europeias. Já foram cinco tentos no Campeonato Italiano, 84 na Premier League e 311 em La Liga.