RAIMUNDO COUTO

Dourando a pílula

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 | 03:00
 
 

Dizem os especialistas, com muita propriedade, que a venda é uma arte. Exagero à parte, um bom vendedor conta muito mais com a transpiração do que com inspiração e sorte para realizar um negócio. Quem vende automóveis usados tem táticas próprias para tornar seu produto mais atraente. Fazer um automóvel usado ficar mais tentador é o grande desafio.

A concorrência é grande, e o estado geral do veículo conta muitos pontos para quem vai tirar seu suado dinheiro do bolso para realizar o sonho de adquirir o primeiro carro de sua vida. Por isso, vale conferir algumas dicas para o êxito da empreitada. Começando pela boa aparência geral, explicitada por detalhes particularmente significativos – como borrachas dos vidros conservadas, bancos limpos e uma pintura bem-polida –, que é essencial para uma venda satisfatória.

Se a primeira impressão é a que fica, a boa conservação da pintura é imprescindível. O que mais desvaloriza um automóvel são reparos na carroceria causados por batidas. Variações na cor da pintura certamente vão comprometer o preço na hora da venda. Pior ainda são as evidências de que os automóveis sofreram algum tipo de acidente. Carros que já bateram de frente são os mais desvalorizados. E, em alguns casos, são completamente alijados do mercado formal. Acostumadas a ver além das aparências, as revendas dispõem de mecanismos para verificar se o veículo já teve algum tipo de batida, alteração de chassi e se as informações do documento comprovam que ele foi de um único dono. Além da integridade da carroceria, outro aspecto importante é a limpeza. Um carro limpo e cheiroso sempre vai valer mais. Por fora, uma boa lavagem com água e sabão e polimento com cera automotiva podem ser feitas pelo próprio dono ou em um bom lava a jato.

Já o interior, um dos aspectos mais valorizados pelo pretendente de um veículo, pode ganhar aparência bem mais aprazível com uma rigorosa limpeza do estofamento e dos bancos e uma boa aspiração no carpete. O melhor é limpá-los com uma escova de cerdas macias, com água molhada e sabão neutro, e secá-lo com uma toalha. Depois, se for possível, deixar secarem ao sol dá bom resultado. Aplicar produtos á base de silicone no painel também ajuda a dar um aspecto mais jovial, mas nem todo mundo recomenda. Aí, é uma decisão pessoal.

E os carros equipados que mudam até de aparência? Esses, os tunados, merecem atenção especial na hora da revenda. Carros tunados custam caro ao primeiro dono e são mais difíceis de vender de segunda mão, isso porque qualquer coisa fora do original sempre será uma questão de gosto pessoal e nem sempre agradará quem está comprando.

Também é uma boa guardar o manual do proprietário, contendo as informações de revisões e anotações sobre troca de óleo. Além disso, é bom evitar defeitos bobos, que podem levar o comprador a impressões negativas. Interruptores de vidros elétricos que não funcionam, cintos de segurança agarrando e lâmpadas internas queimadas são substituições baratas que valem a pena para não quem não quer perder dinheiro na hora da revenda. Outro detalhe que incomoda as pessoas são os barulhinhos internos, é aconselhável levar o carro a uma oficina para reajuste de alguma peça que eventualmente não esteja bem posicionada.

E, para terminar, no caso de seminovos, é importante observar os avisos de recall. Estima-se que, no Brasil, 30% das chamadas das montadoras não são atendidas pelos proprietários, o que pode levar a defeitos mecânicos sérios. As montadoras anotam essas substituições por recall no manual do proprietário. Até semana que vem!